M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O hidrogénio é apontado frequentemente como um combustível com potencial para substituir a gasolina e gasóleo em automóveis. As células de combustível têm algumas vantagens sobre os veículos elétricos com baterias de lítio, nomeadamente na velocidade de reabastecimento. Eletrificar os navios têm sido com mais morosidade que a introdução de motores elétricos em automóveis, mas o hidrogénio poderá ser a melhor alternativa, como vai ser demonstrado por este navio equipado com células de combustível e capaz de navegar durante dias em alto mar, sem necessidade de reabastecimento.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O Zero-V é um projeto para a criação do primeiro navio a hidrogénio usado para exploração científica. Para criar este navio, o laboratório Sandia, que já tem experiência com embarcações motorizadas por células de combustível, vai trabalhar em conjunto com o Instituto de Oceanografia da Universidade de San Diego, a construtora naval Glosten e a firma de controlo de qualidade DNV para assegurar que o investimento público feito neste projeto vai funcionar sem problemas.

A vantagem de usar o hidrogénio é que não vai ter qualquer poluição, escapando-se para a atmosfera em caso de uma rutura de tanque, sem causar efeitos adversos para o meio ambiente. O resultado final da queima de hidrogénio é água, que pode ser usada para consumo da tripulação ou, no caso do navio Zero-V, para experiências científicas, acabando com o excesso de consumo de energia causada pela dessalinização. Ao mesmo tempo, o navio poderá acelerar mais depressa, tirando proveito do design trimarã, que a Glosten achou necessário para poder acomodar o hidrogénio, 18 cientistas, 11 membros da tripulação e três laboratórios.

O Zero-V vai tirar proveito da experiência da Sandia com o SF-Breeze, um ferry boat usado na baía de San Francisco que fazia quatro viagens diárias, num total de 200 milhas (370 km), transportando 150 passageiros a uma velocidade máxima de 35 nós (65 km/h). Mas enquanto este necessitava de ser reabastecido a cada duas viagens, o Zero-V vai necessitar de ficar até 15 dias, pelo que foi pensado para ser reabastecido diretamente de um camião de transporte de combustível, não necessitando de infra-estrutura portuária.