A Continental anunciou que, até ao final do próximo ano, irá encerrar a unidade que detém em Palmela, colocando 370 funcionários no desemprego.

A empresa alemã tem em marcha um plano de reestruturação para fazer face à mudança de paradigma na indústria automóvel e justifica a decisão com a “queda do mercado global de automóveis de passageiros”.

Em comunicado emitido hoje, o consórcio explica que as estimativas atuais são significativamente mais baixas em comparação com as previsões de há um ano e meio e mostram que os volumes da produção automóvel continuam a cair. “Esta situação resulta igualmente na redução do mercado de maxilas de travão e, por consequência, na redução dos volumes de produção de Palmela.”, pode ler-se.

Assim, a fábrica de Palmela, onde há mais de 25 anos se produzem maxilas de travão, é primeira vítima da crescente pressão num mercado cada vez mais focado na redução de custos e de uma estratégia do construtor mais focada nos efeitos de escala para assegurar a competitividade.

“A redução dos volumes cria uma capacidade excedentária e leva a uma crescente pressão num mercado cada vez mais focado na redução de custos. Estes efeitos exigem que agrupemos volumes e que usemos efeitos de escala para assegurar a nossa competitividade e para consolidar as nossas fábricas de maxilas de travão na Europa”, explicou Bernhard Klumpp, o diretor-geral da unidade de negócios Sistemas Hidráulicos de Travagem da Continental.

A Continental não avança medidas semelhantes para as outras empresas que detém em Portugal, e que representam mais de 3700 postos de trabalho.

Plano prevê ‘corte’ de 5500 empregos até 2028

O plano de restruturação do consórcio alemão aponta a uma redução de cerca de 5500 postos de trabalho em todo o mundo nos próximos oito anos. Elmar Degenhart, o n.º1 do fabricante alemão, confirmou a medida como consequência direta do claro abrandamento na procura por motores de combustão interna para automóveis novos e visa uma poupança de cerca de 500 milhões de euros ao ano. Segundo aquele responsável, já a partir de 2023, a Continental irá abandonar o fabrico de componentes hidráulicos para motores a gasolina e a gasóleo, à medida que a indústria privilegia formas de combustíveis alternativas.

Em comunicado, o grupo afirmou que pretende focar-se mais “nas atividades futuras”, como o desenvolvimento e fabrico de pneus e tecnologias para carros autónomos.