Um aparelho de apoio respiratório para pacientes com Covid-19 que pode evitar o agravamento da doença e o internamento em cuidados intensivos foi desenvolvido entre académicos britânicos e engenheiros da equipa Mercedes-AMG de Fórmula 1.

Engenheiros da University College London (UCL) e clínicos do hospital associado UCLH começaram a trabalhar na quarta-feira com mecânicos da equipa de Fórmula 1 da Mercedes-AMG e desenvolveram um protótipo que foi aprovado e vai agora ser testado nos hospitais.

Note-se que, embora a marca Mercedes-AMG seja alemã, a equipa está sedeada em Brackley, no Reino Unido, com a unidade de motores também naquele país, mais concretamente, em Brixworth. Daí o empenho da equipa no trabalho com os universitários no desenvolvimento de um novo aparelho respiratório, conhecido como pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP).

Esse dispositivo tem sido amplamente utilizado em hospitais em Itália e na China para ajudar pacientes do Covid-19 com infeções pulmonares graves a respirar mais facilmente, quando o oxigénio é insuficiente. Um dos engenheiros da UCL envolvidos, Tim Baker, mostrou-se satisfeito por esta parceria e empenho ter permitido reduzir para dias um projeto que normalmente levaria anos a concluir. Tem ainda a vantagem de ser menos invasivo do que ventiladores, cuja disponibilidade no mercado é limitada, tendo levado o Governo local a desafiar empresas privadas a fabricar para responder à procura.

“Depois de receber as instruções, trabalhámos sem parar, desmontando e analisando um dispositivo sem patente. Usando simulações em computador, melhorámos ainda mais o dispositivo para criar uma versão de ponta adequada à produção em escala”, afirmou.

A Dyson, conhecida por fabricar aspiradores e secadores de mãos, revelou na semana passada ter recebido um pedido para 10.000 unidades, o Smiths Group confirmou hoje a venda de mais 10.000 e um consórcio que inclui a Rolls-Royce, Airbus e McLaren também desenvolveu um modelo que aguarda a encomenda.

O Governo britânico espera conseguir reforçar os cerca de 8.000 aparelhos de suporte a respiração que possui no sistema nacional de saúde com mais 30.000 pois mesmo os fabricantes nacionais estão sem capacidade para aumentar a produção.

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