No meio automóvel, James Glickenhaus praticamente dispensa apresentações, tratando-se não só de um dos maiores entusiastas e colecionadores de veículos e marcas com história, mas também de um empreendedor empenhado na sua própria marca, a Scuderia Cameron Glickenhaus. Agora, dá também o seu contributo na luta contra o novo coronavírus, que ameaça atingir os Estados Unidos da América de forma severa.

Conhecido pela sua paixão pelos automóveis desportivos e, mais recentemente, pela sua marca dedicada com que pretende, inclusive, participar nas 24 Horas de Le Mans quando os novos regulamentos estiverem em vigor, Glickenhaus está atento às muitas dificuldades que os profissionais de saúde encaram com o novo coronavírus (ou Covid-19), tendo por isso colocado a sua nova fábrica, em Connecticut, à disposição das autoridades de saúde locais caso o espaço no hospital não seja suficiente.

As instalações em Danbury, Connecticut, deveriam estar prontas para o arranque da primeira fase de produção em maio, mas com o Hospital de Danbury a poder necessitar de espaço adicional para atender um possível afluxo de grande magnitude de infetados pelo novo coronavírus, Glickenhaus já manifestou a sua abertura para a utilização da fábrica como extensão do centro médico.

Por outro lado, observando a falta de máscaras de uso médico, Glickenhaus e a sua equipa trabalharam num conceito de máscaras reutilizáveis (esterilizáveis) com base em máscaras de mergulho. Pegando em unidades destas e nos filtros de que os hospitais já dispõem, a Scuderia Cameron Glickenhaus concebeu um adaptador para ligar a máscara ao filtro, adiantando que se trata de uma peça ‘open source’, ou seja, que pode ser utilizada por todos os que a queiram produzir.

“Serão precisos 4.000.000 [de adaptadores], mas serão muito menos do que mil milhões de máscaras de uso único”, escreveu o entusiasta nas redes sociais, fazendo acompanhar a sua publicação de um protótipo daquele seu projeto.

“Teremos uma versão refinada à escala em breve. Quando a tivermos vamos precisar da vossa ajuda para mostrar esta ideia para que assim que o protótipo tiver provado que funciona, possamos fazê-la chegar aos hospitais” escreveu. “Os hospitais usam milhões de máscaras descartáveis. 4 milhões destas máscaras reutilizáveis/esterilizáveis podem salvar muitos médicos, enfermeiros ou médicos socorristas”, complementou.

“Inspirámo-nos na comunidade médica, que se coloca sempre na linha da frente e nos mantém tão seguros quanto possível. E nós podemos fazer melhor como país para os apoiar. Foi por isso que começámos a procurar soluções facilmente escaláveis. Poderemos não ser capazes de fazer mil milhões de máscaras N-95, mas podemos reaproveitar máscaras existentes e torná-las mais seguras do que as recomendações da FDA de uma badana ou mergulhar as máscaras de utilização única N-95 em desinfetante para as mãos”, escreve ainda Glickenhaus.

“Surgimos com a ideia de adaptar os filtros universais já existentes nos hospitais a máscaras de mergulho e discutimos a ideia com um grande número de médicos do serviço de emergência, anestesistas e outros profissionais de saúde. Contactámos uma companhia, a Ocean Reef, no domingo, e eles responderam e partilharam um press release a dizer que estavam a trabalhar na mesma ideia, com a exceção de que era apenas para as suas máscaras e não para as universais”, sendo este o elemento diferenciador e mais valoroso, de acordo com o empreendedor, para o seu conceito, que apenas tem um adaptador produzido pela SCG.