M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A corrida ao espaço esteve parada durante muito tempo, mas nos últimos anos tem vindo a acelerar novamente, com concorrência não só entre Estados Unidos e Rússia, mas também atraindo a atenção da Europa, Índia, Japão e China. E é na China que está a preparar passos intermédios importantes para assegurar a colonização do espaço sideral, colocando em órbita uma central de energia solar, que vai estar pronta até 2050.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A tecnologia está a desenvolver pela CAST (Academia de Tecnologia Espacial da China), organismo encarregado de criar condições para missões espaciais chinesas. De acordo com o jornal oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, esta central de energia solar vai ser uma fonte inesgotável de energia limpa. Vai ser uma estação espacial, pensada unicamente para coletar a luz do sol com painéis fotovoltaicos, mas que seriam muito mais eficientes no espaço do que na Terra. Sem atmosfera nem condições meteorológicas, uma central de energia solar poderia absorver seis vezes mais energia com a mesma superfície de células. Também poderia trabalhar, em teoria, 24 horas por dia, pois em órbita a central estaria quase sempre exposta ao sol.

Um protótipo já está a desenvolvido num laboratório na cidade de Chongqing, e deverá estar em fase de testes durante a próxima década. Isto permitiria à CAST começar a construir a estação especial que vai servir de central de energia solar já em 2030. Para transmitir a energia gerada pela estação para a Terra, vai ser usado um feixe de micro-ondas ou de raios laser, focado para minimizar perdas energéticas. O feixe seria transformado em eletricidade ao chegar à Terra. O objetivo para a China, a longo prazo, é reduzir a dependência energética do país em fontes externas e poluentes.