M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Usado por todo o mundo fonte de energia barata, o carvão é um dos combustíveis fósseis que mais contribui para o efeito de estufa responsável por alterações climáticas. Por isso, tem sido abandonado pelo mundo industrializado, para ser substituído por fontes renováveis, com impacto ambiental reduzido ou nulo. No entanto, cientistas de uma universidade australiana poderão ter resolvido este problema, retirando dióxido de carbono da atmosfera para o transformar novamente em carvão.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Um grupo de investigadores do Real Instituto de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, publicaram um estudo no jornal científico Nature Communications, detalhando como transformaram dióxido de carbono capturado da atmosfera em carvão sólido, usando metais líquidos como catalisador. A equipa liderada por Dorna Esrafildazeh resolveu um problema comum na captura de CO2, em que este apenas podia ser comprimido numa forma líquida e injetado no solo. Para fazer a compressão até um estado sólido, era necessário atingir temperaturas demasiado elevadas para replicar de forma segura. Até agora.

Para converter dióxido de carbono em carvão, os cientistas do RMIT criaram um catalisador de metais líquidos com uma superfície altamente condutora de eletricidade. O metal líquido é adicionado a uma solução líquida ionizada, onde foi dissolvido o CO2, ficando carregado de eletricidade. O carbono em gás é transformado em flocos sólidos, que se separam naturalmente da superfície de metal líquido. Em vez de ser novamente usado como combustível, o carvão pode agora conter uma carga elétrica para usado como um supercapacitador, e o processo também cria combustível sintético para aplicações industriais.