A tendência do carsharing promete vir a revolucionar a indústria automóvel. Um novo estudo da Capgemini (um dos maiores fornecedores de serviços de consultoria, tecnologia e outsourcing do mundo), denominado Cars Online, voltou a reforçar essa noção, ao obter resultados que apontam o interesse cada vez maior dos consumidores por esta modalidade de utilização do automóvel.

Tendo inquirido mais de 8.000 consumidores em oito mercados estratégicos (Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Reino Unido e EUA), mais de um terço dos compradores de automóveis (34%) encara a partilha de veículos e a utilização dos carros privados com motorista como uma alternativa real à compra de um veículo pessoal.

Ainda que as vendas de automóveis continuem a registar um crescimento significativo nos principais mercados mundiais, as conclusões deste estudo revelam que os principais fabricantes automóveis estão a mudar as suas estratégias e que se começaram a adaptar à evolução dos comportamentos dos consumidores, nomeadamente fazendo novos investimentos em serviços de carpool através de novas ofertas, de aquisições e parcerias, de modo a adaptarem-se à evolução dos comportamentos dos consumidores.

Ainda assim, são também dadas perspetivas animadoras para as vendas tradicionais de automóveis graças ao crescimento exponencial da mobilidade colaborativa: mais de metade dos inquiridos (56%) considera que os serviços de mobilidade colaborativa – tais como, e entre outros, a Uber, a Didi e a BlaBlaCar, são complementares à aquisição de um novo veículo, ou constituem mesmo uma alternativa à propriedade de um automóvel. Esta perceção é mais acentuada entre os consumidores mais jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos (64%), e os mercados emergentes como a China (77%) ou/e a Índia (63%).

Mas o estudo deu também novas indicações no sentido da importância de os novos carros virem com as mais recentes tecnologias de conectividade ou de assistência à condução. Por um lado, as funcionalidades de condução autónoma e assistida começam a ganhar cada vez mais adeptos: 81% dos consumidores inquiridos revelaram-se dispostos a pagar um custo adicional para poderem dispor destas funções no seu automóvel. Isto, contudo, desde que a segurança dos sistemas seja infalível, com a cibersegurança a ser um novo fator emergente no que diz respeito à aquisição de automóveis. Assim, 68% dos consumidores automóveis afirmaram que a sua decisão de compra terá em conta os níveis de proteção a ciberataques.

Em termos de confiança dos consumidores nos automóveis autónomos, os consumidores dividem-se entre os fabricantes tradicionais e os novos fabricantes. Este estudo revela que mais de metade dos consumidores (51%) afirma confiar mais nos veículos autónomos produzidos pelos fabricantes automóveis tradicionais, do que nas empresas de tecnologia, mesmo que estas levem já muitos quilómetros de ensaios nas estradas.

Numa outra nota, em termos comerciais, este estudo dá conta de que o modelo de venda tradicional está a ser desafiado pela procura crescente de showrooms digitais. Influenciados pelo interesse contínuo nos últimos avanços tecnológicos e lançados que estão os primeiros showrooms digitais por alguns dos grandes fabricantes, os consumidores procuram cada vez mais métodos alternativos de acesso e consulta de informação sobre as marcas e os concessionários, como por exemplo apresentações dos automóveis em realidade virtual (62%), live chats (43%) e vídeo blogs de outros clientes (36%).

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