A carga fiscal sobre os automóveis vai aumentar no próximo ano. O Governo atualiza as tabelas do Imposto Sobre Veículos (ISV) com taxas que vão dos 0,95% aos 1,4%, quer na componente de cilindrada quer na componente ambiental. Mas aumenta, também, as parcelas a abater em cada uma destas componentes.
Por outro lado, e para minimizar os efeitos das novas regras de medições de emissões, o Procedimento Global de Testes Harmonizados de Veículos Ligeiros, conhecido pela sigla WLTP, evitando uma escalada de preços, o Governo admite abater até 24% ao valor das emissões. Medida que não desagrada ao sector.
De acordo com a versão preliminar da proposta de Orçamento de Estado para 2019 a que o Dinheiro Vivo teve acesso, os aumentos na componente de cilindrada para o apuramento do ISV variam entre os 0,9 e os 1,4%. O abatimento aos valores resultantes são atualizados a 1,3%, o valor estimado da inflação em 2019. Na componente ambiental, a grande novidade resulta da entrada em vigor, a 1 de setembro, de um novo modelo de contabilização de emissões de CO2, o WLTP, e aí o Governo procurou minimizar os seus efeitos, criando uma disposição transitória e deliberando a criação de uma comissão de acompanhamento que irá monitorizar a aplicação da componente ambiental do ISV baseada nas emissões de CO2 apuradas de acordo com o WLTP e em colaboração com as associações do sector automóvel.
Nesta nova tabela, e de acordo com a versão preliminar do OE, o Governo vai aplicar ao valor apurado nos testes com o WLTP descontos que vão dos 24% para carros a gasolina com emissões até 99 gramas e até 79 gramas no caso do gasóleo. O desconto vai baixando, quanto mais poluentes forem os carros, até ao desconto de apenas 5% nos veículos a gasolina com emissões de mais de 195 gramas por quilómetro e de mais de 160 gramas por quilómetro nos carros a gasóleo.