Sobre o homem que foi uma das figuras mais influentes da arte moderna dizia-se que, apesar de nunca ter aprendido a conduzir, adorava os automóveis como símbolo da mecânica que fez evoluir o mundo. Um dos seus preferidos, o Cadillac que ofereceu à sua esposa Gala, do qual existiam apenas seis unidades produzidas, uma na garagem do presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, outra pertencia ao ator Clark Gable. O automóvel serviu de base para inúmeras pinturas do génio, mas a derradeira obra é a instalação chamada “Táxi Chuvoso”, criada por Dalí para a Exposição Surrealista organizada por André Breton em 1938, recriada na exposição “Automóveis Vestidos” em 1941, hoje uma das atraçõe do Teatro-Museu Dalí, em Figueras, Espanha.
BMW M1, por Andy Warhol
“Eu adoro este carro. É mais bem-sucedido do que a obra de arte”, foi a opinião de Andy Warhol depois de as suas pinceladas arrebatadoras terem transformado o BMW M1, com que a marca alemã iria brilhar nas 24 Horas de Le Mans, num verdadeiro símbolo da cultura Pop. A intenção dos responsáveis do fabricante de Munique era registar o momento, mas para a posteridade ficaram apenas os últimos retoques, pois Warhol “despachou” o trabalho em 28 minutos.
Mini Cooper ‘Magic Mistery Tour’, por George Harrison
O Mini Cooper S de 1965 que pertenceu ao guitarrista dos Beatles é hoje uma peça de exposição valiosa. Foi decorado a pedido do próprio com figuras psicadélicas e chegou a ser usado nas filmagens de "The Magical Mistery Tour”. O mítico modelo foi mais tarde oferecido a Eric Clapton, mas em 1970 Harrison terá pedido o seu espampanante modelo de volta.
Rolls-Royce Phantom ‘Sgt. Pepper’s’, por John Lennon
John Lennon, no que respeita aos automóveis tinha gostos mais refinados. A Rolls-Royce era marca de eleição para o artista, desde que também devidamente personalizado com cores e motivos psicadélicos. Em 1965, Lennon comprou um Phantom V Mulliner Park Ward, personalizado a gosto, com televisão, frigorifico, gira-discos e uma cama no lugar dos bancos traseiros. Hoje o Rolls do element dos Beatles é propriedade do Museu Royal British Columbia, no Canadá.
Volvo FL6 Turbozone, por Bansky
Um velhinho camião Volvo FL6, de 1988, que o polémico artista de rua transformou em tela gigante, com cerca de 80 m2, foi vendido em leilão pela Bonhams por valor recorde de cerca de 1,5 milhões de euros. Segundo os especialistas da reputada casa britânica, este é o maior (e mais pesado…) trabalho assinado por Bansky. E também o camião mais caro do mundo!
Automóveis são muitas vezes equiparados a obras-primas, seja por um design arrebatador, pela abordagem do fabricante na construção mais ou menos artesanal de um modelo ou pela exclusividade do conceito. Contudo, momentos houve em que o carro foi definitivamente elevado ao estatuto de forma de arte, por Dalí, Andy Warhol, Bansky e tantos outros.
O nome Picasso surgiu até há bem pouco tempo associado à Citroën, como designação utilizada para batizar família de monovolumes compactos do fabricante francês. Mas o que talvez não saiba é que o polémico pintor espanhol assinou mesmo um modelo da marca do double-chevron. Temos de recuar ao longínquo ano de 1958, quando Manuel Mejido, um jornalista mexicano, se deslocou a Cannes para entrevistar o artista. Apesar de não apreciar a exposição mediática, Picasso simpatizou de imediato com Mejido e num dos convívios entre ambos, o génio espanhol acabou mesmo a “personalizar” a carroçaria azul de um velhinho Citroen DS, que um amigo do jornalista lhe emprestara para se deslocar em trabalho. Da obra, que Picasso assinou e batizou como “As grinaldas da paz”, apenas se conservaram as fotografias. Os últimos relatos dão conta de que o DS pintado por Picasso foi vendido a uma galeria por 6.000 dólares, desaparecendo pouco depois, sem deixar rasto…
Percorra a galeria para conhecer outros exemplos icónicos de Car Art.
