Portugal Mobi Summit: Rede da Mobi.e começará a ser paga em 2020

24/10/2019

Toda a rede de carregamento normal da Mobi.E será colocada a concurso no início de dezembro, prevendo-se este possa vir a ser paga no início de 2020.

Um dos objetivos de longo termo do Governo anterior, a concessão da rede de carregamento da Mobi.e ao setor privado, irá avançar já no inicio de 2020, com João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e para a Transição Energética, a anunciar na edição do Portugal Mobi Summit que a rede de postos normais será concessionada a privados, em complemento ao que já foi feito com a rede de postos rápidos (PCR).

Apontando para a importância da mobilidade elétrica e sustentada, Matos Fernandes referiu que no “início de dezembro será posta a concurso a a rede de carregadores normais da Mobi.e, com 600 postos divididos em dez lotes espalhados pelo país. Não são divididos por geografias, mas mesmo redes, quase todas nacionais, com pelo menos 60 postos cada, para que o Estado deixe de ser o intermediário, para que todo o carregamento seja pago e para que a manutenção seja devidamente assegurada por empresas mais competentes do que o próprio Estado”. O processo deverá estar completo no início do próximo ano.

O ministro lembrou ainda que “a mobilidade coletiva é aquela que nos dará a maior resposta para o problema das emissões, mas temos de ter cidades desenhadas não para os automóveis unicamente, mas para a mobilidade como um todo, seja a pé, de bicicleta ou trotinetas. E não tenho dúvidas da importância da digitalização”.

Para o esforço de neutralidade carbónica, Matos Fernandes referiu que os transportes são responsáveis por cerca de 25% das emissões em Portugal, sendo necessário atuar neste campo para atingir a meta de emissões zero em 2050 nos transportes.

“Sabemos que o modelo [para lá chegar] é flexível, mas as metas não são negociáveis, não podem ser negociáveis. A boa notícia é que o cenário que mais nos assegura a neutralidade carbónica é aquele que nos leva a um maior crescimento. Mas temos previsto um investimento de dois mil milhões de euros por cada ano. Uma parcela de 15% do investimento tem de ser feito na área dos transportes e da mobilidade”.

Neste tópico, destacou que “o automóvel pode ser partilhado e de forma desejável, que seja elétrico e aqui tem de haver um esforço grande no aumento da nossa rede de carregadores”.

Acrescentando que a “tecnologia deve ser colocada ao serviço da mobilidade”, alertou que “sem digitalização não conseguiremos fazer a revolução que queremos”.

Por outro lado, destacou ainda que as autarquias devem ter a liberdade e o poder para “poderem fixar contingentes ou limitar o acesso às cidades, para que não seja limitado por pessoas ou cabeça, mas por faixas, permitindo ora apenas o acesso a veículos elétricos, partilhados ou a transportes partilhados”. Apontou também a existência de “zonas cinzentas” nas grandes cidades em termos de mobilidade, para as quais a “tecnologia poderá dar uma resposta com a gestão das autarquias”, que poderão orientar esforços para aumentar a frequência de transportes para determinados locais onde estejam a ser necessários.

“Esse é um poder que pode ser dado às autarquias, dando-lhe esse poder e essa liberdade”, concluiu.