A braços com problemas no fornecimento de diversos componentes e com a saída de bastantes fabricantes automóveis devido às sanções impostas por múltiplos países, a Rússia irá permitir que os automóveis produzidos no seu território abdiquem de sistemas de segurança tão básicos como airbags ou sistema ABS.

Devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, diversos países impuseram sanções no fornecimento de componentes às companhias a operarem no mercado russo, ao mesmo tempo que muitas outras empresas se prontificaram a abandonar aquele país – seja por protesto contra a invasão, seja por efeito das sanções e das dificuldades daí resultantes.

Marcas como a Mercedes-Benz, Volvo ou Renault abandonaram o mercado russo, com a marca francesa a ser mesmo uma das mais prejudicadas com a venda da sua participação maioritária na AVTOVAZ à instituição russa NAMI, enquanto a fábrica em Moscovo foi vendida às autoridades daquela cidade, estando em cima da mesa o regresso da marca Moskovitch com produção nas instalações até aqui usadas pela Renault.

Face a este cenário, de acordo com o jornal Kommersant, a Rússia suavizou as normas de segurança e ambientais para os automóveis produzidos no país, deixando de exigir, por exemplo, a obrigatoriedade de airbags, numa medida que se traduz numa regressão em termos de segurança.

O decreto, assinado a 12 de maio pelo Governo russo (e válido até 2 de fevereiro de 2023), autoriza a que os construtores produzam veículos automóveis despidos de alguns componentes que se tornaram difíceis de obter devido às sanções, tais como os já referidos airbags, pré-tensores ou sistemas anti-bloqueio dos travões (ABS).

Também as normas ambientais foram drasticamente reduzidas, deixando de ser haver normass tão restritivas no controlo das emissões. Com efeito, ainda de acordo com o mesmo decreto, os automóveis de motor de combustão podem ser agora Euro 0 a Euro 5, ou seja, os automóveis podem ter as mesmas emissões poluentes que no final da década de 1980.