Com o anúncio de que a União Europeia vai mesmo acabar com as vendas de automóveis novos com motor de combustão a partir de 2035, será uma questão de tempo até que algumas siglas que se tornaram famosas entre o grande público se tornem símbolos do passado. Eis algumas que deixarão de estar nas estradas (enquanto novos) muito em breve.

Com a transição energética rumo à eletrificação, é cada vez mais certo o desaparecimento de algumas siglas que marcaram a indústria automóvel ao longo das últimas décadas, dando-se assim mais um passo no processo de evolução do setor.

Alguns dos termos tornaram-se referenciais de uma era do automóvel, mas a passagem para os automóveis elétricos fará com que essas siglas deixem de constar nos carros novos, como os casos da TSI, TDI, VTEC ou VVT-i, entre outras.

A ascensão e ocaso dos TDI e TSI

Caso bem famoso é o da tecnologia TDI (Turbocharged Diesel Injection), que se tornou famosa entre os muitos automóveis das marcas do Grupo Volkswagen, desde logo pelos da marca homónima, mas também nos de Audi, SEAT e Skoda, que hoje vão sendo mais raros de encontrar, sobretudo nos modelos de gamas inferiores à medida que a regulamentação europeia e a própria procura dos clientes se diversifica.

Também oriunda da mesma ‘casa’, as siglas TSI (Turbocharged Stratified Injection) ou TFSI (Turbo Fuel Stratified Injection) simbolizaram a ascensão dos motores sobrealimentados a gasolina em gamas mais baixas (e não só, naturalmente) de automóveis de marcas Volkswagen, Audi, Skoda, SEAT e CUPRA, propondo uma combinação apelativa entre prestações e eficiência.

Face aos TDI, os motores TSI ou TFSI ainda se vão mantendo nas gamas mais acessíveis, presentes em modelos como os Volkswagen Polo, SEAT Ibiza ou Audi A1, nas quais os motores turbodiesel já não encontram espaço.

A importância do dCi no Grupo Renault

Também muito famosa é a sigla dCi utilizada pelo Grupo Renault (embora também tenha sido usada noutros casos na derivação CDI na Mercedes-Benz, o que hoje já não acontece), que representa a tecnologia ‘Direct Common-rail Injection’, que impulsionou as vendas da marca em praticamente toda a Europa.

Também hoje esta mecânica turbodiesel tem vindo a desaparecer dos modelos mais acessíveis, sendo eliminada de gamas como a do Clio de forma natural atendendo aos planos de eletrificação já delineados pela companhia gaulesa. Note-se que a sua relevância foi tal que chegou a estar presente no pequeno Twingo.

Os dCi também marcaram uma época nos modelos da Nissan, sobretudo com o Qashqai e com o Juke, mas também estes já não ostentam aquela sigla em virtude da aposta da marca japonesa nos modelos eletrificados.

Se a sigla dCi poderá desaparecer do ‘cardápio’ de modelos das marcas do Grupo Renault a médio prazo, em seu lugar surgirão outras como a ‘E-Tech’ no caso da Renault ou a ‘E-Power’ na Nissan.

O adeus aos VTEC e VVT-I

Desde o final da década de 1980 que a sigla VTEC (mais tarde a i-VTEC) tem vindo a adornar a traseira de muitos modelos da Honda. Significando ‘Variable Valve Timing and Lift Electronic Control’, foi concebido como um sistema de comando variável das válvulas, com o objetivo de aumentar o binário a baixas rotações, mas oferecer por outro lado uma maior eficiência quando o acelerador não está em carga.

Para os entusiastas da marca, ganhou popularidade pela sua eficácia e agradabilidade da condução, sendo também o centro de muitas transformações por parte dos transformadores (‘tuners’) praticamente em todo o mundo, desde o Japão aos Estados Unidos da América.

Com a ambição de passagem para a eletrificação (entre híbridos e elétricos) já este ano, a sigla VTEC desaparece da gama Honda, com a única exceção a ser o novo Civic Type R, que será o derradeiro modelo da marca a contar unicamente com motor de combustão não eletrificado.

Semelhante no conceito e na finalidade de oferecer prestações dinâmicas adequadas com bons consumos, a sigla VVT-i quer dizer ‘Variable Valve Timing-Intelligence’, sendo desenvolvida pela Toyota para os seus modelos e para os da Lexus, dando-lhes eficiência e boas respostas.

Estando a Toyota igualmente empenhada na passagem para os motores eletrificados (ainda que tenha outras vias em desenvolvimento com vista à manutenção do motor de combustão, como os combustíveis sintéticos ou até o hidrogénio), é de crer que a sigla VVT-i possa vir a ser também um símbolo do passado.

Estas são apenas algumas das mudanças mais evidentes da indústria para o futuro e não se cingirá a estes fabricantes, mas praticamente a todos os que pretendam ter uma presença em solo europeu.

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