O mercado automóvel nacional continua a estar abaixo dos valores considerados normais face ao mesmo período do ano passado, embora mostrando em junho uma ligeira recuperação em comparação com a quebra nas vendas registada no mês anterior. Em junho, a descida foi de 54% nas vendas de automóveis novos em Portugal, comparativamente com o mês de junho de 2019.

A pandemia de Covid-19, o encerramento da atividade comercial e as restrições muito fortes à mobilidade de uma grande parte dos cidadãos teve fortes impactos no comércio de automóveis novos, caindo 56,6% em março, 84,6% em abril e 71,6% em maio. Nesta mesma tendência, de acordo com os dados da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), a quebra nas vendas em Portugal no mês de junho foi de 54%, ou seja, ainda muito abaixo dos valores considerados normais.

Aquela associação aponta ainda que, com um total de 13.678 matrículas de automóveis novos, junho de 2020 foi o segundo pior mês de junho de sempre, apenas batido pelo valor de 12.238 unidades verificado em igual mês de 2012, durante a crise financeira.

No segmento de ligeiros de passageiros, o que tem mais peso no mercado, totalizaram-se 11.076 unidades matriculadas, uma descida homóloga de 56,2%. Entre os comerciais ligeiros a descida foi menos acentuada, com uma quebra de 36%, para 2347 veículos. Já nos pesados, foram matriculadas somente 255 viaturas em junho, uma queda de 67%.

No cômputo dos seis primeiros meses de 2020, analisando os mesmos dados, os efeitos da pandemia são evidentes na área do retalho automóvel. As matrículas de veículos novos recuaram 48,2%, para 78.001 unidades (ou seja, menos 72.687 viaturas do que em igual período do ano passado). Uma vez mais, pela negativa, este valor só foi superado pelas quebras de janeiro a junho de 2012 (62.209 unidades) e de 2013 (63.395 unidades).

Detalhando por tipologia de veículos, as matrículas de ligeiros de passageiros corresponderam a 64.848 matrículas, menos 49,6% do que nos primeiros seis meses de 2019. Já as matrículas de comerciais ligeiros caem 38,9%, para 11.622 unidades e as dos pesados caem 50,3%, para 1531 veículos.