MV Agusta Brutale 800: Já andou num Fórmula 1?

31/08/2018

É muito provável que nunca o tenha feito, no entanto, é possível experimentar algo semelhante num motor com apenas duas rodas. Já sabemos que os italianos são “loucos” por veículos com alta performance desportiva e, de vez em quando, das oficinas dos fabricantes mais exclusivos saem modelos que mexem connosco. A MV Agusta Brutale 800 é uma dessas motos, que nos inquieta só de olhar para ela.

O entusiasmo aumenta quando a ligamos e o som do motor não se parece com nada que seja familiar – durante o ensaio fomos abordados por várias pessoas intrigadas com a estranheza do som da Brutale 800. Até perguntaram se estava avariada ou se tinha peças soltas. É verdade que os motores tricilíndricos da MV Agusta têm uma sonoridade bastante peculiar, mas a estranheza só dura até se prestar atenção à “música” que sai das três ponteiras de escape, que parece ter sido afinada para imitar o de um carro Fórmula 1. A marca consegue assim oferecer de origem uma melodia exclusiva, sem ser preciso instalar um sistema de escape para o efeito.

A semelhança da Brutale 800 com um carro Fórmula 1 não é tanto pela velocidade de ponta, pois estamos a falar de uma moto sem proteção aerodinâmica nenhuma. Será mais pela forma como lá chega. Temos quickshifter bidirecional (acelerador aberto nas subidas de caixa, e fechado nas reduções), e é viciante ouvir o “pop” que sai do escape nas passagens de caixa. Em andamento nota-se a firmeza típica de uma moto concebida para andamentos rápidos, sem se tornar desconfortável. Para definir o ritmo de andamento que nos apetece, temos quatro modos de motor (normal, rain, sport, custom) e oito níveis de controlo de tração. Tudo isto é escolhido no ecrã lcd multifunções, cuja qualidade não está ao nível do resto da moto – sentimos falta de um indicador no nível de combustível e as luzes dos piscas não se percebem. A posição de condução não obriga a que se fique demasiado em cima do depósito, a distância ao guiador é curta e este não nos “massacra” os pulsos, enquanto vai transmitindo-nos toda a informação necessária para sabermos o que se passa na roda da frente com bastante precisão. O que contribui para o excelente tato são também a suspensão e o amortecedor, totalmente ajustáveis e com um desempenho refinado. Em conjunto com o quadro de aço em treliça estão sempre a convidar para explorarmos os nossos limites. É bom saber que para controlar as coisas antes de chegarmos ao limite, podemos contar com a qualidade dos travões Brembo radiais e ABS Bosh de última geração, que atuam também em curva.

A potência do tricilíndrico da Brutale 800 nesta versão base não é um colosso face aos moldes atuais (110cv). Ainda assim, com um peso baixo (175kg) é mais do que suficiente para colocar-nos em apuros na via pública, e toda ela é perfeitamente utilizável se quisermos ir fazer um track day. As motos MV Agusta são sinónimo de exclusividade e a Brutale 800 não é exceção, no entanto, pode ainda reduzir as hipóteses de se cruzar com uma moto igual à sua, escolhendo uma das edições especiais: Brutale 800 RR, Brutale 800 LH44 (fruto da colaboração com o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton), Brutale 800 RR America ou a Brutale 800 RR Pirelli. Todas com um aumento de potência para 140cv, exceto a Brutale 800 RC que tem 150cv e muito provavelmente únicas sempre que decidir sair com aquela que escolheu.

Mais: design, motor, equipamento, exclusividade.
Menos: ecrã multifunções

Ficha técnica
Motor: Tricilíndrico, refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC Cilindrada 798 cc
Potência: 110 cv às 11.500 rpm Binário Máx. 83Nm às 7.600rpm
Embraiagem acionada hidraulicamente
Caixa de 6 velocidades
Suspensão Dianteira WP invertida de 43mm curso 125mm ajustável
Suspensão Traseira Monoamortecedor ajustável SACHS curso 124mm
Travões Dianteiros Disco de 320mm Brembo 4 pistons com ABS Bosch 9M de 2 Canais
Travões Traseiros Disco de 220mm Brembo 2 pistons com ABS Bosch de 2 Canais
Peso total 175 Kg
Capacidade do depósito 16,5 litros

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