Historicamente, a Yamaha com o seu espírito rebelde foi-nos surpreendendo com motos “fora da caixa”, difíceis de enquadrar numa categoria na altura em que foram lançadas, mas que muitas vezes mostraram um vislumbre do que poderia ser o futuro em duas rodas. Foi o caso de modelos como a TDM 850/900, que na altura não encaixavam em nenhuma categoria existente, mas mostravam que uma moto com uma posição de condução confortável – tanto para o piloto como para o pendura – não tinham de perder o espírito desportivo e divertido.
Em 2015, a marca japonesa lança a MT-09 Tracer, fruto de uma adaptação da endiabrada “naked” MT-09 em algo mais confortável para viajar
Em 2015, a marca japonesa lança a MT-09 Tracer, fruto de uma adaptação da endiabrada “naked” MT-09 em algo mais confortável para viajar. Com um posicionamento mais definido, o seu sucesso dita que, em 2018, siga o seu caminho sozinha, fora da família MT, passando a chamar-se apenas Tracer 900, nascendo ainda nesse ano a irmã GT. Para enfrentar a concorrência, e dando ouvidos às sugestões dos seus clientes, a Yamaha volta a renovar o modelo para 2021, batizando-o apenas Tracer 9 e Tracer 9 GT.
As mudanças são profundas, a começar pelo motor tricilindrico CP3 que vê a sua cilindrada aumentar de 847 cc para 889 cc, mas que apesar da homologação Euro5, está mais leve, com mais binário e produz 119 cv às 10 000 rpm. Está montado num quadro inteiramente novo, também ele mais leve, mas com uma rigidez lateral superior em 50 por cento. O braço oscilante está mais longo, mas mantém a mesma distância entre eixos, o que proporciona mais estabilidade a alta velocidade. Mas, as novidades não se ficam por aí. Também o sistema de escape foi reformulado, perdendo 1,4 kg e a ponteira fica agora debaixo do motor, contribuindo assim para melhorar o centro de gravidade. Nem as jantes foram esquecidas e estão também mais leves graças ao processo de fabrico: ao serem forjadas em rotação permitem obter espessuras mínimas na ordem dos 2 mm nas suas paredes. Contas feitas à dieta e temos a versão normal com um peso pronto a andar de 213 kg, menos 1kg que na versão anterior.
Fugindo ao princípio “one size fits all”, é possível ajustar a posição de condução a um leque alargado de pilotos: podemos fixar a altura do banco em 810 mm ou 825 mm em relação ao chão, avançar ou recuar os pousa-pés horizontalmente e em altura, o guiador também pode ser montado de forma a ficar mais alto e afastado do condutor, e o vidro frontal pode ser ajustado em altura apenas com uma mão.Se no interior as mudanças são muitas o exterior também foi alvo de melhorias: a moto apresenta agora uma silhueta mais compacta, com novas carenagens, e o design das óticas em LED aproximam a frente das superdesportivas da marca. Uma vez montados na moto é impossível não encontrar semelhanças entre o novo painel de instrumentos TFT, dividido em dois e os olhos do pequeno robô Wall-E do filme de animação da Disney. Quer tenha sido propositado, ou não, pelos engenheiros da Yamaha, ajuda a criar empatia e assim que ligamos a moto os dois ecrãs de 3,5 polegadas cada ganham vida, mostrando toda uma série de informações cuja apresentação pode ser personalizada pelo condutor.
o som da Tracer 9 mantém a característica nota de escape, mas é agora mais pronunciado o som da admissão
Em andamento, o som da Tracer 9 mantém a característica nota de escape, mas é agora mais pronunciado o som da admissão, a 1ª e a 2ª velocidades estão mais longas e o motor apresenta muita disponibilidade logo desde as baixas rotações. Mas, revela uma flexibilidade notável quando se sente tão à vontade a cruzar vias rápidas e estradas nacionais a ritmo elevado, como a circular no trânsito lento da cidade. Ambos os modelos partilham motor, quadro, travagem e a maioria da eletrónica, como é o caso dos quatro modos de condução que vai desde o 1, mais agressivo, até ao 4 em que a potência é reduzida. E ainda o “cérebro” que controla as funções que ajudam a manter a segurança: controlo de tração, controlo de escorregadelas laterais, controlo de levantamento da roda dianteira, ABS em curva e controlo de travagem combinado, que atua ao detetar pressão excessiva na manete ou pedal de travão, tudo personalizável.
A Yamaha disponibiliza três packs de acessórios para a Tracer 9. Dois podem ser escolhidos com a Tracer 9 GT: Travel Pack e o Travel Pack Pro. O Sport Pack é exclusivo para a versão standard que pode ser configurada com qualquer um dos packs Travel.
Sport Pack: quick-shift (bidirecional), proteção de motor, proteção do depósito,suporte de matrícula.
Travel Pack: malas laterais,vidro mais alto, tomada USB, top case de 50 litros com encosto, banco comfort.
Travel Pack Pro: malas laterais,vidro mais alto, tomada USB, top case de 50 litros com encosto, banco comfort aquecido, banco comfort aquecido para o passageiro, sistema de monitorização da pressão dos pneus, punhos aquecidos, suporte para GPS, descanso lateral mais longo, proteção de radiador, faróis de nevoeiro, proteção de motor.
Ficha técnica
Motor: Refrigeração líquida, 4 tempos, 4 válvulas, 3 cilindros, DOHC Cilindrada: 889cc Potência: 119 cv @ 10,000 rpm Binário: 93 Nm @ 7,000 rpm Embraiagem: Húmida, Multidisco Caixa de Velocidades: Sincronizada, 6 velocidades Quadro: Diamante Suspensão Dianteira / Traseira: Forquilha Telescópica ajustável 130mm de curso (semi-activa na versão GT) / Mono Amortecedor ajustável (semi-activo na GT) Travagem Dianteira / Traseira: hidráulico, dois discos, Ø298 mm / Hidráulico, um disco, Ø245 mm Pneu Dianteiro / Traseiro: 120/70Z R17 M/C (58 W); 180/55Z R17 M/C (73 W) Dimensões Altura do assento: 810 mm – 825 mm Distância entre eixos: 1500 mm Capacidade do depósito: 18L Peso: 213 kg; 220 kg (GT) Preço: a partir de 11.150 euros; 13.850 euros (GT)