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As 2 lições a tirar do apagão que atingiu “meio Brasil” e como os EV podem ser uma salvação

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O apagão que deixou meio Brasil às escuras deixou claro que os veículos elétricos e as energias renováveis podem dar uma ajuda nestes casos.

 

O “apagão” elétrico que afetou pelo menos 25 estados do Brasil neste início de semana veio mostrar que os automóveis elétricos e as energias renováveis são mesmo valiosos numa sociedade como a nossa cada vez mais eletrificada.

1ª lição: veículos a alimentar a rede

Ainda que pareça paradoxal, dado que a falta de energia tenha como consequência o corte da alimentação dos veículos elétricos, o facto é que são os veículos elétricos – e não os de combustão – que podem trazer uma luz ao fundo do túnel (literalmente) em situações críticas como esta.

Os veículos 100% elétricos com a funcionalidade bidirecional de V2G (Vehicle-to-Grid) ou V2X (para equipamentos externos) podem fornecer a energia das suas baterias para o que for necessário, funcionando como geradores de energia para algum tipo de aparelhos, para a rede ou para habitações, durante um tempo até a anomalia ser restabelecida. Naturalmente, que o automóvel tem de ter carga na bateria. Mas esta possibilidade torna os elétricos, viaturas de SOS, até mesmo quando ocorrem cataclismas.

As mais recentes gerações de viaturas elétricas dispõem de recarga bidirecional, podendo, assim, recarregar nas tomadas (sentido rede>veículo) e quando necessário devolver energia (sentido veículo>rede).

Quando apresentou a sua pick-up elétrica, a Ford referiu que para uma casa média norte-americana que consuma 30 kWh por dia, os packs de bateria da versão da F-150 Lightning com maior autonomia podiam fornecer energia à casa até três dias — ou até 10 dias quando usado em conjunto com energia solar ou fazendo racionamento.

Um automóvel com a função V2G também pode reduzir a fatura da eletricidade, se o seu utilizador carregar o veículo em horários em que a energia seja mais barata e devolvendo à rede a eletricidade que se encontra nas baterias do veículo nos horários de maior procura e que são mais caros. Isto é, compra a energia a um preço mais barato (ao carregar a viatura) e vende a um preço mais caro (ao injetar a eletricidade na rede), ficando a lucrar.

2ª lição: redes elétricas descentralizadas com renováveis

Outra lição a tirar deste apagão é a importância de se apostar em redes elétricas descentralizadas.

Passando a explicar: o apagão ocorreu por volta das 08:30 (12:30 em Lisboa) por razões ainda desconhecidas e provocou uma “separação” das redes elétricas que ligam o norte e o sul do Brasil, segundo um comunicado do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Para evitar que o problema se alastrasse, as autoridades provocaram a interrupção “controlada” do serviço de eletricidade no sul e no sudeste do país.

Várias cidades do norte e nordeste ficaram sem energia durante algumas horas, enquanto grandes cidades do sudeste, como Belo Horizonte e São Paulo, tiveram problemas pontuais.

E agora é o ponto: o apagão afetou quase todos os estados do país, com exceção do estado amazónico de Roraima (Norte), que não está ligado à rede nacional.

Ou seja, quando mais redes de produção elétrica local houver, menor a dependência umas das outras e menor o risco de haver um apagão geral. O estado amazónico de Roraima não foi afetado porque não estava ligado à rede nacional que colapsou.

E com as energias renováveis, este cenário de centrais produtoras de energia locais e descentralizadas, é fácil de concretizar.