M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Já pensou se a melhor maneira de reduzir a sinistralidade rodoviária fosse… aumentar o limite de velocidade? Pode parecer contraproducente, mas é o que a Áustria vai experimentar fazer, aumentando o limite de velocidade de uma das suas auto-estradas de 130 para 140 km/h, de forma experimental. E em Portugal, será que funcionava? Estaríamos preparados?
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mesmo as autoridades rodoviárias austríacas acham que os austríacos não estão preparados. Este limite vai ser testado como experiência, mas apenas na auto-estrada que liga a sua capital Viena, à sua cidade principal do outro lado do país, Salzburgo. Esse limite vai ser aplicado às duas faixas de ultrapassagem, enquanto a faixa da direita mantém o limite original de 130 km/h.

O ministro dos transportes da Áustria justificou esta experiência com a melhoria dos sistemas de segurança encontrados em automóveis novos, assim como da qualidade das infar-estruturas, e acredita que este aumento de velocidade vai contribuir para uma melhora da qualidade da vida dos motoristas, que assim vão perder menos tempo na estrada. Se a medida funcionar, o limite de 140 km/h vai tornar-se permanente, em todas as auto-estradas do país.

E quanto aos portugueses, que continuam a ter que andar a um máximo de 120 km/h na auto-estrada? Em 2017, foram registados 34.416 acidentes de viação com vítima, dos quais mais de 20 mil se registaram na localidades, e apenas 1921 em auto-estrada. Mas apenas 0,7 por cento dos acidentes em cidades tiveram vítimas mortais, enquanto 2,3 por cento destes aconteceram em auto-estrada.

As auto-estradas foram menos seguras que as estradas nacionais, que tiveram 2,6 por cento de acidentes mortais, e que os itinerários principais e complementares, que tiveram 3,6 por cento. Mas mesmo com menos 26 acidentes que em 2016, no ano passado morreram mais nove pessoas na auto-estrada. Portanto, talvez os condutores tenham que se portar um pouco melhor para justificar a confiança das autoridades portuguesas e merecerem andar mais depressa na auto-estrada.