A Stellantis está contra o adiar dos objetivos de emissões de CO2 que entram em vigor no próximo ano. O CEO do grupo diz mesmo que alterar as regras agora seria surrealista.
O grupo liderado pelo português Carlos Tavares está em rota de colisão com a ACEA, a organização que engloba os construtores europeus e que pretende adiar por dois anos os objetivos europeus de redução de emissões para os fabricantes de automóveis.
Mas o CEO da Stellantis diz que “seria surrealista mudar as regras agora”. Carlos Tavares afirmou em entrevista à France-Press que “toda a gente conhece as regras há muito tempo”.
As regras da União Europeia (EU) têm como objetivo emissões globais de CO2 da frota de cerca de 95 gramas por km em 2025, contra 106,6 g/km em 2023.
Numa declaração publicada na sua página online, a ACEA afirma que a indústria automóvel da UE “investiu milhares de milhões na eletrificação para colocar veículos no mercado, mas os outros ingredientes necessários para esta transição não estão disponíveis e a competitividade da UE está a diminuir”.
Nessa nota, a ACEA sublinha que “consequentemente, a transição para as emissões zero constitui um grande desafio, com preocupações crescentes quanto ao cumprimento dos objetivos de redução das emissões de CO2 para os veículos ligeiros em 2025”.
Diz a associação que engloba os principais construtores europeus que a UE “continua a carecer de condições cruciais para a adoção pelo mercado de massas de automóveis e carrinhas com emissões zero”.
Mas a Stellantis – que em abandonou a ACEA em 2022 – diz que se preparou para a transição, reduzindo os custos, lançando novos modelos e enfrentando a concorrência dos fabricantes chineses e da Tesla.
“Toda a gente conhece as regras há muito tempo e teve tempo para se preparar, por isso agora é altura de fazer uma corrida”, disse Carlos Tavares na entrevista.