Prestes a deixar o cargo de CEO da Daimler, o alemão Dieter Zetsche apontou aquele que será um dos grandes desafios da indústria automóvel nos anos vindouros, sobretudo com a implementação da tecnologia de condução autónoma. Dando como exemplo o caso de investigação aprofundada de que a Boeing está a ser alvo pelos problemas com o 737 Max, Zetsche refere que estas situações tornam a aceitação da tecnologia mais difícil por parte da sociedade.
Os problemas que se verificaram recentemente com os aviões 737 Max da Boeing já causaram grandes prejuízos à gigante da aeronáutica, obrigando a uma investigação exaustiva quanto à origem das inconstâncias que, no limite, terão causado a queda de dois aparelhos daquela companhia num curto espaço de tempo.
Para Zetsche, este é um problema que poderá influenciar a perceção de tecnologia de condução autónoma.
“O que é importante é a dimensão psicológica. Se olharem para o que está a acontecer com a Boeing então podem imaginar o que pode acontecer quando um acidente destes [com um carro} acontecer”, é citado no site Automotive News Europe.
Para contornar a questão e incrementar a confiança das pessoas na condução autónoma, argumenta que se deve introduzir os sistemas de condução autónoma de forma gradual, sobretudo quanto maior for o nível de complexidade envolvido.
“Mesmo que os carros autónomos sejam dez vezes mais seguros do que os conduzidos por humanos, basta um incidente espetacular para tornar muito mais difícil a sua aceitação geral”, acrescentou.