Apesar da ampla existência de informação sobre as Certificações de Veículos de Interesse Histórico, ainda persistem hoje, dentro da comunidade ligada aos automóveis e motos antigas, muitas dúvidas, mistificações, e até preconceitos, sobre o valor deste processo, como atestam as inúmeras mensagens que o Jornal dos Clássicos recebe sobre este tema nos seus diferentes canais.
A fim de esclarecermos os nossos leitores, escolhemos aquelas que nos parecem ser as cinco principais razões (e vantagens) de certificar um clássico, um processo que tem como base a preservação do valor global e efectivo do mesmo.
1. Atestar o estado de conservação e originalidade
Certificar um veículo de interesse histórico confere ao mesmo a garantia, por uma entidade terceira e independente, deste se encontrar no adequado estado de conservação e originalidade, no que toca às suas características de concepção e construção, encontrando-se assim fiel às suas origens e à sua época.
2. Isenção de Inspecção Peródica Obrigatória
Todos os veículos certificados como Veículo de Interesse Histórico ficam automaticamente isentos da Inspecção Periódica Obrigatória (IPO), durante o período de validade da Certificação.
3. Isenção do Imposto Único de Circulação
Todos os veículos importados de um país da União Europeia – e que tenham a primeira matrícula anterior a 1981 – estão automaticamente isentos de IUC. Porém, todos os veículos posteriores a 1981 podem obter a isenção deste imposto, desde que estejam certificados como Veículo de Interesse Histórico e tenham, pelo menos, 30 anos de idade desde a data do seu fabrico.
4. Reconhecimento como Clássico ou Futuro Clássico
A certificação permite que o veículo possa ser reconhecido de forma sustentável e segura como Futuro Clássico (de 20 a 29 anos) ou como Clássico (com 30 ou mais anos), o que se torna particularmente importante em caso de sinistro, uma vez que o seu valor deixa de ser regido pela tabela normal de desvalorização utilizada pelas seguradoras para automóveis usados, passando a aplicar-se o valor de cotação de mercado actual do automóvel, enquanto veículo clássico e de interesse histórico.
5. Circulação nas Zonas de Emissões Reduzidas
Todo e qualquer veículo certificado pode circular, sem qualquer tipo de limitação, nas cada vez mais numerosas zonas de emissões reduzidas.
Razão bónus: Valorização histórica e patrimonial
Certificar como Veículo de Interesse Histórico permite atestar a qualidade de conservação e originalidade de um determinado veículo, conferindo-lhe assim uma avaliação rigorosa e sustentada que conduz à sua natural valorização, quer enquanto bem material, quer também enquanto elemento com o devido e atestado valor histórico, social, cultural, artístico e patrimonial.
Em tempos de especial turbulência no que toca às mudanças no paradigma da mobilidade de pessoas, bens e serviços, a Certificação de Veículos de Interesse Histórico garante assim a preservação de um património indissociável da vida dos cidadãos, olhando ao futuro com a consciência sustentada da história passada, permitindo também a utilização dos veículos de forma contínua, num contexto cada vez mais limitatório da sua utilização e usufruto.