Desde 2006, só na Europa, 26 crianças perderam a vida quando foram deixadas no interior de um automóvel ao sol, expostas a temperaturas extremas.

O interior de um automóvel estacionado ao sol, num dia muito quente de verão, pode chegar facilmente aos 60ºC. Mas estudos recentes indicam que, quando o habitáculo atinge uma temperatura a rondar os 40ºC, uma criança pequena já está em perigo, sujeita aos primeiros sintomas de hipertermia. Em alguns casos, com resultados trágicos.

Segundo o registo europeu de incidentes em ondas de calor, desde 2006, 93 crianças sofreram com a exposição a temperaturas extremas no interior de um automóvel; 26 acabaram por perder a vida. Portugal não integra esta lista. E França é o país com o balanço mais negro, com 7 mortes a lamentar.

Em todos estes casos registados, 81% dos adultos implicados alegaram descuido ou esquecimento para justificar a presença da criança no interior do automóvel, enquanto 11% dos envolvidos confirmaram que agiram de forma consciente, desconhecendo ou desvalorizando os perigos.

65% das crianças que perderam a vida no interior de um automóvel exposto ao calor tinham menos de 2 anos.

Em 30 minutos, o seu carro já é um forno!

Com objetivo de combater números tão dramáticos, um estudo realizado na Universidade do Estado de Arizona e da Universidade da Califórnia permitiu medir o tempo que um carro ao sol demora para atingir temperaturas que podem ser letais para crianças.

E concluiu-se que, num dia quente, com temperaturas acima dos 28ºC, um carro deixado ao sol apresenta uma temperatura média de 46,6º C no seu interior ao fim de uma hora.

Nos dias realmente quentes, com temperaturas em torno dos 40.ºC, calcula-se que em menos de 30 minutos o risco para a saúde de uma criança já é elevadíssimo. Comparativamente aos adultos, as crianças têm mais dificuldades em regular a sua temperatura corporal, que pode subir 5 vezes mais rápido do que num adulto.