John B. Goodenough, M. Stanley Whittingham e Akira Yoshino premiados pelo contributo na criação de um «mundo recarregável»

O Prémio Nobel da Química foi esta quarta-feira atribuído ao trio de investigadores que, segundo a Real Academia das Ciências sueca, foram decisivos para o desenvolvimento de baterias de iões de lítio. John B. Goodenough, M. Stanley Whittingham e Akira Yoshino foram distinguidos por permitir a criação dos «alicerces de uma sociedade sem fios e livre de combustíveis fósseis», refere a Academia.
«As baterias de iões de lítio revolucionaram as nossas vidas e são usadas em tudo, desde telemóveis a computadores portáteis e veículos elétricos», destaca a Academia, sublinhando a importância de componente que «pode armazenar quantidades significativas de energia da energia solar e eólica, tornando possível uma sociedade livre de combustíveis fósseis.

Segundo refere a agência Lusa, Akira Yoshino, professor nas universidades de Osaka e Meijo, criou «a primeira bateria de iões de lítio comercialmente viável em 1985», com a novidade de poder ser carregada «centenas de vezes antes de se deteriorar». Já o contributo de M. Stanley Wittingham, professor da universidade norte-americana de Binghamton, remonta à década de 70, em plena crise do petróleo, altura em que iniciou a investigação da tecnologia de «supercondutores e descobriu um material extremamente rico em energia, que usou para criar um cátodo inovador numa bateria de lítio».
O mais velho Nobel da Química é o americano John B. Goodenough, nascido na Alemanha em 1922, pela descoberta de que «o cátodo poderia ter ainda mais potencial se usado com um óxido de metal em vez de um sulfureto de metal», duplicando a voltagem das baterias de dois para quatro volts.

O prémio tem um valor total de nove milhões de coroas suecas, cerca de 830 mil euros.
«A vantagem de baterias de iões de lítio é que não se baseiam em reações químicas, mas em iões de lítio que fluem entre os elétrodos», explicou em comunicado a Academia.