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E-Redes participa em projeto para acabar com Diesel no fornecimento de energia a navios de cruzeiro

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Projeto envolve E-Redes, Porto de Lisboa, Câmara de Lisboa e Governo, visando fornecer energia elétrica aos navios de cruzeiro atracados, a partir de terra, acabando com os geradores Diesel ou gás natural.

 

O Governo pretende garantir o fornecimento de energia elétrica a partir de terra aos navios de cruzeiro, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, antes do prazo que tinha sido inicialmente estipulado que era 2026.

O projeto, conhecido como Onshore Power Supply (OPS), tem como objetivo fornecer energia elétrica aos navios atracados, eliminando a necessidade de usar geradores Diesel ou gás natural, além de permitir que os motores sejam desligados, reduzindo as emissões de carbono e o nível de ruído enquanto os navios estão atracados.

PARA CONCRETIZAR O PROJETO, O MINISTÉRIO DAS INFRAESTRUTURAS ESTABELECEU UM GRUPO DE TRABALHO.

De acordo com informações fornecidas pelo Ministério das Infraestruturas à agência Lusa, o grupo de trabalho criado é composto pelo ministério liderado por João Galamba, a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a E-Redes.

O propósito deste grupo de trabalho é antecipar o prazo estimado para a conclusão do projeto OPS, em relação à data inicialmente planeada para 2026.

O projeto OPS já está em andamento pela APL e está alinhado com a meta de eliminar as emissões de CO2 até 2035.

A missão dos participantes do grupo de trabalho é propor e avaliar as melhores soluções técnicas dentro de suas respetivas áreas de competência, a fim de promover e acelerar a implementação do projeto OPS no Terminal de Cruzeiros de Lisboa no menor prazo possível.

OS PORTOS DE LISBOA E DO FUNCHAL ESTÃO NO `TOP 10` DAS INFRAESTRUTURAS PORTUÁRIAS DA EUROPA COM MAIORES NÍVEIS DE POLUIÇÃO ASSOCIADA A NAVIOS DE CRUZEIRO, SEGUNDO UM ESTUDO RECENTE.

“Em termos absolutos, Portugal mantém o 6.º lugar entre os países europeus com maiores níveis de poluição por óxido de enxofre (SOx) emitido pelos navios de cruzeiro, depois de Itália (1.º), Espanha (2.º), Grécia (3.º), Noruega (4.º) e França (5.º)”, segundo um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, da qual faz parte a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Esse documento, que incide sobre os portos da Europa, apresenta os dados de 2022, com a evolução da poluição atmosférica e das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) provenientes dos navios de cruzeiro relativamente aos níveis pré-pandemia de 2019, verificando que houve “um agravamento das emissões de SOx em 9%, de óxidos de azoto (NOx) em 18 % e de partículas finas em 25%”.

Estes poluentes são responsáveis por doenças cardiovasculares e respiratórias e contribuem para a acidificação e eutrofização do oceano, com consequências negativas para o equilíbrio dos ecossistemas, refere a associação Zero, indicando que, “de um modo geral, o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de GEE e por cerca de 250 mil mortes prematuras e cerca de 6,4 milhões de casos de asma infantil por ano em todo o mundo”.

Top 10 dos portos europeus com
maiores níveis de poluição
associada a navios de cruzeiro

2) Civitavecchia (Itália)

3) Pireu (Grécia)

4) Palma de Maiorca (Espanha)

5) Lisboa (Portugal)

6) Hamburgo (Alemanha)

7) Southampton (Reino Unido)

8) Mykonos (Grécia)

9) Thira (Grécia)

10) Funchal (Portugal)

Ocupando a 5.ª posição deste `ranking`, o porto de Lisboa foi o que registou maior tráfego de navios de cruzeiro (108) na Europa em 2022, à semelhança do que se verificou no relatório anterior publicado em 2019, verificando-se um aumento das emissões de óxidos de enxofre.

“Em Lisboa, os navios de cruzeiro emitiram 2,44 vezes mais SOx do que os cerca de 374 mil veículos de passageiros registados na cidade (cerca de 11 toneladas comparativamente a 4,5 toneladas, respetivamente)”, informou a Zero, acrescentando que os navios emitiram cerca de 278 toneladas de NOx, o que corresponde a 12% da emissão deste poluente por parte dos automóveis que circularam na capital portuguesa.

No 10.º lugar, o porto do Funchal registou 96 escalas de navios de cruzeiro em 2022, “um aumento acentuado relativamente a 2019, altura em que registou cerca de 75 escalas”, o que contribuiu para elevar os níveis de poluição atmosférica, levando-o a integrar o `top 10` dos portos mais expostos à poluição por SOx, quando antes ocupada na 15.ª posição.

Em comunicado, a Zero alertou que “falsas soluções como o gás fóssil aumentam o impacte ambiental e climático destes grandes monstros poluidores”, defendendo que as autoridades portuárias devem evitar quaisquer novos investimentos em infraestruturas de abastecimento de gás fóssil, canalizando esforços e investimento para o fornecimento de combustíveis renováveis de origem não biológica.