Ministro do Ambiente diz que pode haver uma deslocação dos apoios à compra de elétricos para a redução da tarifa da eletricidade.
Entrevistado pelo JN/TSF, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, refere que o Governo pretende “reavaliar os incentivos da mobilidade elétrica”.
Nesta entrevista, Duarte Cordeiro declara que, “à semelhança do que acontece noutras áreas da promoção do consumo adequado, talvez avancemos para uma lógica de redução da tarifa de eletricidade e, futuramente, de hidrogénio nos transportes, em vez de continuar a investir em equipamentos”.
O governo afirma que “este ano vamos manter os apoios nos mesmos termos, mas avaliaremos se não faz sentido começarmos a ter, sim, uma diferença grande entre o consumo de eletricidade para automóvel e o combustível fóssil”.
Questionado sobre o governo vai reduzir a tarifa, o ministro indica que a equipa governativa está “a analisar se faz mais sentido continuar a apoiar os automóveis ou reduzir a tarifa de forma significativa, criando um incentivo por via da comparação. Para criar uma diferença grande com os combustíveis fósseis”.
Ou seja, das palavras do ministro poderá estar a possibilidade dos atuais apoios para a aquisição de viaturas elétricas (no âmbito do Fundo Ambiental) serem, total ou parcialmente, deslocados no sentido de termos uma diminuiçáo das tarifas de eletricidade para efeitos de carregamento de automóceis elétricos.
Objetivo estratégico do governo “é ter 10 gigawatts de capacidade eólica no mar”
Quanto à aceleração das energias renováveis, o ministro do Ambiente lembra que “em 2021 tínhamos 1,7 gigawatts de solar e conseguimos acrescentar no último ano mais um gigawatt, metade dele em autoconsumo”.
De acordo com Duarte Cordeiro, “temos um objetivo de chegar ao final do mandato com 80% da eletricidade produzida com fontes renováveis. Em janeiro, fevereiro e março tivemos 75%. Como é que conseguimos manter isto ao longo de todo o ano? Com o projeto do eólico no mar e com o solar”. Nesse âmbito, o objetivo estratégico do governo “é ter 10 gigawatts de capacidade eólica no mar”.