Sexta geração do popular SUV nipónico chega a Portugal com ambições renovadas e estreia uma variante PHEV. O preço é de 61.500 euros.
“Se acabar o mar, o céu continua a voar”. Este antigo ditado popular japonês – aqui apresentado numa adaptação livre – simboliza, na perfeição, a chegada da sexta geração do Honda CR-V ao mercado nacional.
As expectativas da marca nipónica em relação a este SUV, que estreia uma versão híbrida plug-in (PHEV) são elevadas, ou não tenha este modelo sido um best-seller global. Mas, num mundo em que a combustão interna perde espaço para a eletricidade, nada como manter uma ligação entre os dois mundos com um híbrido plug-in.
Na apresentação internacional, realizada no Porto (Portugal volta a ser destino destes eventos) foi possível fazer os primeiros (não muitos, diga-se) quilómetros ao volante deste SUV, que “ganhou corpo” nesta geração de 2023: 4.706 mm de comprimento (mais 10,6 cm), 2.701 mm de distância entre eixos (mais 3,9 cm) e 1.806 mm de largura (mais 1,1 cm). Apenas a altura baixou 0,5 cm (para 1.674 mm).
A estética do CR-V está, agora, mais sóbria, mais europeia, se quisermos, com menos elementos cromados e outros “artifícios” desnecessários. O resultado é um conjunto que, não ousando muito, garante um visual atual ao SUV.
No habitáculo, notam-se os maiores cuidados na escolha dos materiais e na própria construção. A posição de condução é bastante elevada e permite uma ampla visibilidade sobre a estrada. Mas não se compreende a solução encontrada para os comandos da transmissão, quase “escondidos” por baixo da consola central, que, reconheçamos, são de convivência muito difícil.
Virtudes híbridas
Apesar dos percursos contemplados na apresentação serem relativamente curtos para maiores avaliações, deram para perceber a subida do modelo em termos de qualidade de construção, materiais utilizados e, não menos importante, a sua eficácia em termos de comportamento na estrada. Virtudes que talvez não cheguem para “voar” pelos céus– a concorrência é muita – mas que, com as rodas devidamente assentes no asfalto, poderá permitir ao Honda CR-V fazer o seu caminho no mercado nacional.
E, para isso, recorre a um propulsor de 2,0 litros a gasolina com 148 cv de potência e 189 Nm de binário. Associado a este está um motor elétrico com 184 cv e 335 Nm, a que se junta ainda um gerador e uma bateria de 17,7 kWh. Segundo valores divulgados pela marca japonesa, a autonomia é de 82 km (em modo elétrico) e a bateria demora não mais do que 2h30m a carregar a 6,8 kW.
Ainda de acordo com a Honda, o CR-V e-PHEV cumpre o tradicional arranque dos 0 aos 100 km/h em 9,4 segundos. Para tal, aconselha-se o modo “Sport”, aquele que maior fulgor empresta a um conjunto que não é leve.
Por sua vez, o modo “Charge” permite carregar a bateria em andamento, nomeadamente durante as travagens, conseguindo alcançar, de acordo com números oficiais, consumos médios de 5,9 l/100 km. Valores um pouco abaixo dos registados durante os quase 60 km percorridos durante o evento nas estradas circundantes do Porto.
Concorrência premium
Já disponível nos concessionários, o Honda CR-V e-PHEV reclama um preço de 61.500 euros. Elevado? Porventura, mas é um valor de “contas feitas”, segundo expressão dos responsáveis da marca, que reconhecem que a concorrência é grande neste segmento, onde marcam presença modelos como Hyundai Santa Fé, Volvo XC60 e BMW X3, para dar apenas alguns exemplos. Mais tarde, algures no arranque de 2024, chegará a variante e-HEV do CR-V, por um preço de 54.750 euros.