Na sexta edição do ranking de mobilidade urbana feito pela Universidade de Berkeley para a Oliver Wyman Forum, Lisboa é uma das cinco cidades que entram na classificação das 70 grandes cidades no mundo relativamente à sua preparação para o próximo capítulo da mobilidade.
No estudo afirma-se que há muito ainda por fazer na capital portuguesa relativamente à mobilidade, sublinhando que os lisboetas utilizam mais o automóvel individual do que em muitas das outras cidades europeias estudadas.
A chegada de Lisboa ao nº41 do ranking deve-se à grande taxa de adoção automóveis elétricos e à política de estacionamento gratuito para os 100% elétricos.
Os autores do estudo destacam os incentivos governamentais à compra de veículos elétricos “com financiamento disponível não só para carros elétricos, mas também para carrinhas elétricas, motorizadas elétricas, bicicletas elétricas e bicicletas de carga elétricas. Os EV estão isentos do imposto de registo e do imposto sobre veículos. O estacionamento é barato para os EV, com uma média de 1 euro por mês para estacionamento ilimitado em todos os parques de estacionamento públicos de Lisboa”.Fundamental para a classificação de Lisboa é o facto de a cidade ter uma produção de eletricidade com menor intensidade de carbono do que muitos dos seus pares europeus. “A pegada de eletricidade em Lisboa é semelhante à de Copenhaga. Lisboa pretende ser neutra em termos de carbono até 2030 e tem vindo a desenvolver iniciativas de sustentabilidade para atingir este objetivo, incluindo a utilização de energia 100% renovável no metro da cidade”, salienta o estudo.
O bom desempenho da capital portuguesa nos indicadores de sustentabilidade, “com ar de alta qualidade e baixos níveis de poluição sonora e luminosa” é também destacado.
Os autores do estudo apontam fragilidades à sua preparação para o novo capítulo da mobilidade, nomeadamente a falta de investigação centrada neste aspeto, apesar de a cidade ser um polo tecnológico.
Além do mais, diz o estudo, “o sistema de gestão de tráfego de Lisboa é menos avançado do que o de outras cidades importantes, e os residentes possuem mais carros per capita do que os seus homólogos em muitas outras localidades europeias”.
O estudo afirma que Lisboa tem uma rede de ciclovias “de baixa qualidade” e estradas em más condições.
O estudo conclui que o investimento de Lisboa em infraestruturas está “entre os mais baixos de todas as cidades europeias
“Para melhorar a qualidade das estradas, Lisboa pode gastar mais na reparação de buracos e defeitos de superfície e utilizar materiais avançados para reduzir a frequência das reparações e prolongar a vida útil da superfície das estradas. Em termos mais gerais, Lisboa pode candidatar-se a mais financiamento da UE e criar mais parcerias público-privadas para melhorar as suas infraestruturas de transportes”, concluem.
O estudo classificou 70 cidades internacionais com base na mobilidade urbana, incluindo tudo, desde a adoção de veículos elétricos e transportes públicos sem emissões de carbono até à redução da dependência de carros particulares poluentes, para avaliar a facilidade com que as pessoas e as mercadorias se deslocam numa cidade e nas suas áreas periféricas.