A Nissan vai suspender as negociações com a Honda para a fusão dos dois construtores automóvel. A notícia foi avançada pelo jornal Nikei e levou à suspensão das negociações em bolsa da Nissan, que perdeu 4% em Tóquio após a notícia.
De acordo com o jornal nipónico, a Nissan decidiu terminar as conversações para a fusão com a Honda que, a concretizar-se, criaria o terceiro maior construtor automóvel do mundo.
A Nissan do Japão vai cancelar as conversações de fusão com a rival Honda, informou o jornal Nikkei, abandonando uma união que teria criado o terceiro maior construtor automóvel do mundo e levantando questões sobre a forma como irá conduzir uma reviravolta por si só.
As duas empresas japonesas confirmaram no final do ano passado as conversações que levariam à fusão, num passo que as duas companhias consideravam fundamental para conseguirem fazer frente à investida dos produtores de automóveis elétricos chineses, nomeadamente da BYD.
O ambiente entre as administrações da Honda e da Nissan foi esfriando devido a crescentes diferenças entre os dois lados, de acordo com fontes não identificadas citadas pela agência Reuters.
A agência noticiosa afirma que a partir de determinada altura, a Honda sondou a Nissan sobre a possibilidade de se tornar uma subsidiária, o que foi considerado um desvio ao espírito das conversações, que pretendiam concluir um processo de fusão entre iguais.
A Nissan e a Honda afirmaram, em declarações separadas, que a notícia do Nikkei não se baseava em informações anunciadas pelas empresas e que pretendiam finalizar uma futura direção até meados de fevereiro e anunciá-la nessa altura.
A eventualidade do fim das negociações para uma fusão levanta novas questões sobre a forma como a Nissan, duramente afetada, poderá ultrapassar a sua última crise sem ajuda externa. A Nissan está a pôr em prática um plano de recuperação, com o objetivo de cortar 9.000 postos de trabalho e 20% da capacidade global.
A mudança para mobilidade elétrica atingiu fortemente a Nissan, que não recuperou totalmente após anos de crise desencadeada pela prisão do ex-presidente Carlos Ghosn em 2018.
As ações da Honda continuaram a ser transacionadas e terminaram o dia com uma subida de mais de 8%, num sinal de aparente alívio dos investidores pelo facto de o negócio ter sido cancelado.