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“O setor automóvel é o motor da economia nas áreas da inovação”, diz Paula Arriscado

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O Randstad Employer Brand Research 2021 coloca o setor automóvel na oitava posição dos mais atrativos para trabalhar. A diretora de Pessoas, Marca e Comunicação do Grupo Salvador Caetano, o melhor classificado do setor, acredita que este precisa de aprender a comunicar para o exterior.

O peso do setor automóvel na economia nacional não tem uma relação direta com o seu poder de atração laboral. Essa é a conclusão do estudo da Randstad Employer Brand Research 2021, que o coloca na oitava posição entre os mais atrativos para trabalhar.

O Grupo Salvador Caetano é o mais atrativo da ramo. E Paula Arriscado, diretora de Pessoas, Marca e Comunicação do grupo, tem uma explicação para esta fraca posição da indústria. “O setor automóvel tem um elevado peso na economia e na sociedade. Nesse sentido, esperava-se uma posição mais elevada. No entanto, esta classificação pode justificar-se, provavelmente, por este ser um setor muito voltado para si, dado o seu grau de exigência imposto pelo mercado, a necessidade de inovação constante e de um histórico de melhoria contínua em termos de produtos e processos. Ou seja, o setor tem uma preocupação enorme com a sua atividade e os seus clientes, pelo que está sobretudo focado no desenvolvimento dos seus colaboradores atuais, que são o garante de processos robustos, de inovação em diferentes dimensões da nossa atividade, assim como de garantia de qualidade e de um serviço de excelência ao cliente final”, explica.

Na sua opinião, é fundamental “evidenciar as suas qualidades” para a sociedade. “Este setor é um verdadeiro motor da economia nas áreas de inovação, mas também no desenvolvimento de pessoas e talento. Apostando na exaltação das nossas qualidades, acredito que vamos continuar a crescer e a tornar ainda mais visível a atratividade do setor automóvel, agora também focados na melhoria da perceção junto do publico externo à nossa atividade”, afirma.

Paula Arriscado reconhece que há uma diferença entre a perceção das pessoas e a realidade do setor. “Se, por um lado, sabemos bem do peso que o setor automóvel tem na economia e na inovação, dado o seu impacto no PIB nacional e porque leva Portugal para a vanguarda em muitas tecnologias e produtos timoneiros, por outro lado, também sabemos que falta passar isto de forma mais eficaz para o público em geral, diz. E acrescenta. “O que falta ao setor é uma comunicação mais eficaz das suas valências – é fundamental trabalhar esta perceção. No fundo, temos de encontrar o equilíbrio, porque devemos manter o nosso foco na melhoria contínua e na genuína preocupação pelas pessoas, mas, em simultâneo, dar a conhecer o setor aos portugueses de forma mais global e integrada. Afinal de contas, é cada vez mais frequente assistirmos a outros setores, inclusive de áreas tecnológicas, a atraírem profissionais do setor automóvel, porque sabem que são talentos bem preparados em diferentes áreas”, acrescenta Paula Arriscado.

Preservar talento

O Grupo Salvador Caetano está presente em três continentes e trabalha na indústria automóvel há 75 anos. Neste momento, conta com mais de 6900 colaboradores, sendo que, em 2015, eram 6182, espalhados pelo mundo. Uma dimensão que obriga a uma forte estratégia de gestão de recursos humanos.

“São várias as estratégias adotadas pelo grupo para se tornar um local cada vez mais atrativo para os nossos colaboradores e futuros talentos. Desde 2015 que desenvolvemos uma estratégia consolidada com um propósito bem definido e no qual estamos empenhados em fazer acontecer e tornar palpável”, conta.

“Trabalhamos diariamente para otimizar a jornada dos nossos colaboradores, bem como a melhoria da sua experiência, nas várias fases da sua jornada na empresa, desde o momento em que conhecem o grupo até à sua saída. Para isso, contamos com uma equipa multidisciplinar e com uma liderança também em transformação para tornar a atração, desenvolvimento e preservação de talento numa preocupação e busca constantes do nosso dia-a-dia”, diz Paula Arriscado.

Processos acelerados

Ao olhar para o futuro do trabalho, na pós-pandemia, Paula Arriscado considera que a covid-19, em termos empresariais, “só veio acelerar o que há muito se vislumbrava, como a necessidade de digitalização, de novas dinâmicas de trabalho, novos estilos de liderança e uma nova geração de trabalho”, defende. “Em tantas áreas, fez-se em pouco mais de 80 dias o que não se conseguiu fazer em mais de uma década. Não faltou engenho e arte para manter, criar e reinventar negócios. Sentimos que estamos mais maduros, mas que o futuro está ainda mais incerto”. E frisa. “A criatividade, a inovação, a cooperação e a ambição de construir um mundo melhor, isso, não mudará. Aliás, vai acentuar-se e continuará a ser obra das pessoas e não das máquinas nem dos computadores, pelo menos nas próximas e longas décadas”, remata.