O motociclo, que por todos os motivos devia ser incentivado como a alternativa ao automóvel como meio de transporte urbano, vem estando na mira dos políticos europeus como mais uma forma de obter receita. Veja-se o caso das inspeções, que curiosamente em França foi adiado o arranque para 2023. No entanto, o município francês decidiu avançar com a cobrança de estacionamento aos motociclos e ciclomotores para incentivar as pessoas a utilizarem os transportes públicos.
A polémica medida está em vigor desde o dia 1 de setembro na capital francesa. E os motociclistas, estão naturalmente enfurecidos por acharem que esta vai contra tudo aquilo que durante anos foi defendido por várias entidades municipais, que valorizavam as motos, sobretudo as scooters, como uma excelente forma de mobilidade urbana, destacando a isenção de pagamento de estacionamento que é aplicado aos automóveis.
No centro de Paris, estacionar a moto custará 3€ por hora. Fora do centro, onde há menos congestionamento, o valor baixa para os 2€. Os motociclistas que residam na cidade, têm a possibilidade de adquirir uma licença de estacionamento anual por 22,50€.
Estão previstas exceções para motos elétricas e outros veículos de duas rodas menos poluentes. Mas para a grande maioria das motos que circulam todos os dias em Paris – estima-se que cerca de 100.000 motos por dia – a nova realidade será mesmo a de ter de pagar o estacionamento que anteriormente era gratuito.
Respondendo à indignação dos motociclistas parisienses, David Belliard, assistente do presidente da câmara de Paris para questões de transportes e mobilidade, justifica esta medida com a necessidade de encorajar os cidadãos a optarem por transportes públicos, referindo ainda que o dinheiro obtido com as tarifas de estacionamento será canalizado para medidas que ajudem a cidade a atingir a neutralidade carbónica em 2050.