Paixão de Villas-Boas sobre rodas em exposição no Museu do Caramulo

12/08/2024

Imagem de 2017, pouco tempo antes da aventura de Villas-Boas no Dakar Rui Oliveira / Global Imagens

Uma mota BSA que o pai tinha e que chegou a ser dada como perdida, depois de passada de mãos em mãos, aos bocados, dentro de caixotes, é uma das relíquias da exposição “Uma paixão sobre rodas: Coleção André Villas-Boas”, patente no Museu do Caramulo.

 

Texto: Sofia Fonseca

O título da mostra não engana: aqui estão reunidos automóveis, motos e artigos de automobilia que retratam as vivências e a ligação emocional do presidente do FC Porto ao universo motorizado.

Nessa mota, Villas-Boas e irmãs deram muitos passeios na companhia do pai, o primeiro responsável pela paixão de André Villas-Boas pelas viaturas motorizadas desde que o começou a levar ao autódromo do Estoril. Nunca tinha sido montada, contou o presidente portista numa entrevista antiga ao Museu do Caramulo e ao Jornal dos Clássicos. Até que conseguiu localizar as peças, montou a mota e mandou restaurá-la. “Tem um significado emocional muito forte para o meu pai e para mim, e seguramente o meu filho pegará nela e irá usufruir dela”, comentou.

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FOTO: Daniel Peres

Construída ao longo de anos, esta coleção é um retrato desta paixão de Villas-Boas, sendo patente nesta exposição, com curadoria do próprio, as várias vertentes da mesma: há memórias de infância, clássicos desportivos e exemplares de competição. Com duas ou quatro rodas.

Quem for até ao Museu do Caramulo poderá ver o Lamborghini Miura S, o Porsche 911 RS ou o Ferrari F40, mas também a Confederate Fighter ou a Auto Fabrica Type 16.

Ao nível da competição, André Villas-Boas permite-nos ver as motos KTM de Cyril Despres (que foi cinco vezes campeão do Rali Dakar) e Marc Coma (que ganhou outras cinco edições), mas também o Peugeot 3008 DKR Maxi de Stéphane Peterhansel e a KTM RC16 de Miguel Oliveira.

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O carro com que se aventurou no Dakar, em 2018.

O Toyota Hilux com que se aventurou, em 2018, no Dakar, de que teve de desistir na quarta etapa na sequência de um acidente, também lá está.

Segundo o museu, “a coleção vai ainda mais além, com a demonstração de uma paixão genuína que surpreende pela variedade de exemplares que passam ainda pelo exótico BAC Mono, pelo vibrante Citroën C3 WRC e pelo possante Ferrari 599 GTB Fiorano, mas igualmente pelo clássico MG Le Mans EX 182 e pelo popular FIAT 500 L”.

A exposição inclui ainda um conjunto de artefatos pessoais preservados desde a infância, das miniaturas aos bilhetes das provas, passando pelos capacetes das lendas com quem se cruzou.

“Todas as paixões têm o seu momento de ignição. No caso de André Villas-Boas tudo começou com as idas ao Estoril e à Exponor, num baú de memórias levadas pela mão do seu pai, Filipe, e do seu tio, Pedro Villas-Boas”, recorda o museu, realçando que esta é a primeira vez que o agora presidente do FC Porto exibe esta coleção ao vivo. A exposição ficará patente até 20 de outubro.