Publicidade Continue a leitura a seguir

Papa vai receber bicicletas feitas a partir de sucata na JMJ Lisboa 2023

Publicidade Continue a leitura a seguir

A partir do aproveitamento de bicicletas velhas, a Oficina de Bicicletas da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré construiu duas “pasteleiras” para oferecer ao Papa, na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

 

A Escola Secundária da Gafanha da Nazaré dispõe de uma Oficina da Bicicleta destinada a prestar um serviço de manutenção das bicicletas da comunidade escolar. No entanto, este serviço tem outras competências.

Em entrevista ao programa de rádio Ecclesia, na Antena 1, António Rodrigues, professor de Física e Química e responsável do GAFe Bike Lab nesta escola contou, após “um encontro ligado à mobilidade sustentável” e um contacto da União de Freguesias da Bobadela, Santa Iria da Azoia e São João da Talha, foi-lhes lançado o desafio para oferecerem duas bicicletas ao Papa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que acontece de 1 a 6 de agosto próximo. O desafio foi aceite, tendo esse sido o projeto do GAFe Bike Lab do ano letivo.

Explica o docente em declarações à Agência Ecclesia que “decidimos começar do zero, com sucatas. Pedimos à comunidade que oferecessem sucatas, bicicletas antigas; depois pedimos que nos pintassem os materiais”.

António Rodrigues refere que a fase seguinte foi montar cada bicicleta, o que “demorou cerca de seis meses”, tendo havido a ajuda de uma “pessoa que restaura bicicleta pasteleiras” e foi dando umas dicas.

O OBJETIVO FOI MONTAR DUAS BICICLETAS “PASTELEIRAS”, TERMO QUE SE REFERE A UM GÉNERO DE BICICLETAS LENTAS E SEM MUDANÇAS, MAS USADAS NA ZONA DA GAFANHA.

À Ecclesia, o docente diz que “os alunos faziam muitas questões, muitas dúvidas, ‘mas o Papa não anda de bicicleta’… E nós íamos explicando que era para sensibilização e que a organização da JMJ de Lisboa irá fazer o que quiser com as bicicletas; no quadro de cada bicicleta leva escrito ‘Gafanha da Nazaré, comunidade esta é a nossa oferta’”.

“São duas bicicletas que levam a nossa marca, o bacalhau, símbolo desta zona e que remonta às raízes da seca do bacalhau que aqui existia e onde as gerações anteriores trabalhavam, indo de bicicleta”, complementa o professor à agência noticiosa.

O professor de Física e Química, “há cerca de 30 anos que vai para a escola de bicicleta, tradição daquela zona”, e, há oito anos, decidiu fundar o GAFe Bike.

À agência Ecclesia, o professor diz ter aprendido a arte de reparar bicicletas com um aluno, cujo pai tinha uma oficina de bicicletas.
“Este projeto tem vindo a crescer: as pessoas dão-nos bicicletas velhas, nós reparamos e damos aos alunos”, sublinha.

António Rodrigues conta que a zona da Gafanha tem recebido alunos de muitas zonas do globo e que alguns deles não têm bicicleta, fornecendo-lhes esta oficina esse meio de transporte.

“Neste ano demos 38 bicicletas a alunos mais desfavorecidos e mais oito bicicletas para a comunidade – tem sido um sucesso; aqui temos recebido alunos de muito lado, temos 28 nacionalidades, há alguns destes que têm recebido as bicicletas”, indica.