Avenida Galileu Galilei, Rua Dante e Aeroporto Marco Polo: na região de Veneto há uma constante presença histórica que nos remete para um passado grandioso de aventureiros ou visionários que ficaram gravados na História da Humanidade. Quiçá tenha sido esta a razão que levou a Opel a decidir-se pela apresentação do seu novo Crossland X nesta região pautada por constantes cenários de vinhas e campos verdejantes de grande extensão.
Tendo visto o Mokka (e o atual Mokka X) trilhar um caminho de sucesso na Europa – nem tanto em Portugal por razões manifestamente conhecidas relacionadas com a questão das portagens -, a Opel quer replicar esse mesmo êxito com uma gama dedicada em que o X marca a noção de aventura (no final do ano chega o Grandland X, para outro segmento).
O enquadramento comercial do Crossland X é, no entanto, simples: com o segmento CUV e SUV B a crescer significativamente, registando hoje volumes de vendas cinco vezes superiores aos que se verificavam em 2010, a Opel aposta nesta categoria, partilhando o desenvolvimento deste seu novo ‘X’ com o Grupo PSA tendo como ponto de partida uma versão alterada da plataforma que também dá origem ao Peugeot 2008.
Daí que o novo Crossland X pode vir a ser um dos próximos grandes sucessos no mercado, prevalecendo uma lógica de funcionalidade e de simplicidade de conceito. O argumentário é forte, começando desde logo pela combinação de visual SUV com uma versatilidade verdadeiramente surpreendente por dentro, tirando forte partido dos 4.212 mm de comprimento, 1.765 mm de largura e 1.255 mm de altura num invólucro que esconde algumas soluções de habitabilidade pouco comuns nesta franja de mercados.
Solução interessante no habitáculoUm dos aspetos de destaque é o facto de contar com bancos traseiros ajustáveis longitudinalmente em proporção 60/40, deixando assim em aberto a possibilidade de aumentar o espaço de carga uma vez que avançam ou recuam numa amplitude de 15 cm e sem necessidade de movimentar todo o banco (pode aumentar só, por exemplo, um dos lados). Face a isso, com os cinco lugares dispostos no interior, o Crossland X pode atingir 520 litros de capacidade na mala, mas o limite máximo está cifrado nos 1.255 litros (com o rebatimento dos bancos traseiros). No caso de serem colocados no seu ponto mais afastado dos bancos dianteiros, aumentando assim o espaço para os joelhos dos ocupantes desses lugares, consegue-se, ainda assim, um volume mínimo de 410 litros. Engenhoso.
Na apresentação, pudemos comprovar o espaço disponibilizado a bordo, que é muito interessante, nomeadamente no que diz respeito às pernas dos ocupantes dos bancos traseiros e em altura.
A bordo, nota ainda para a posição de condução elevada ao estilo SUV e para os bancos da frente ergonómicos e certificados pela agência especialista em ergonomia, a AGR.
Mas há mais: o tablier e a consola central entre os bancos dianteiros apresentam módulos diferenciados para maior versatilidade. No topo da consola central situa-se o ecrã tátil dos sistemas de informação e entretenimento Radio R 4.0 IntelliLink e Navi 5.0 IntelliLink, ambos compatíveis com Apple CarPlay e Android Auto e com 8 polegadas de dimensão.
Tudo no interior foi concebido com o intuito de ser simples e funcional, havendo uma colocação distinta de botões em três secções distintas: na zona do ecrã tátil, logo abaixo os do ar condicionado e junto à alavanca da caixa de velocidades os botões dos sistemas de assistência. Existe também opção de carregamento por indução. Os materiais revelam boa qualidade, embora as unidades de pré-produção apresentassem ainda alguns aspetos a melhorar (que estarão otimizados no lançamento).
O seu visual pode ser o ponto menos consensual, já que o estilo SUV faz um cruzamento (já percebeu o termo ‘crossover‘?) entre os universos SUV e mini-MPV, criando assim um formato mais volumoso. Ainda assim, há elementos que voltam a marcar presença, como a temática da asa em diversos pontos da carroçaria, como nos faróis dianteiros (com possibilidade de iluminação Full-LED) e nas laterais, aqui talhadas na própria chapa. A decoração bi-tom da carroçaria oferece um look muito jovial e irreverente.
Carácter de condução
No lançamento, o novo Crossland X terá uma gama de motores a gasolina e Diesel de nova geração (com conceção em alumínio) de três e de quatro cilindros, respetivamente. Esse é mesmo um dos pontos altos do novo Crossland X, já que na gama a gasolina apenas surgem opções de três cilindros, começando pela unidade 1.2 atmosférica com 81 CV de potência e 118 Nm de binário, o qual apresenta um consumo médio de 5,1-5,2 l/100 km). Depois, prossegue com o 1.2 Turbo de 110 CV com variantes ECOTEC e ‘normal’ (além de uma opção de caixa automática). O motor ECOTEC conta com aptidão mais económica, apresentando um consumo médio de 4,8-4,9 l/100 km, ao passo que a versão 1.2 Turbo tem um binário de 205 Nm às 1.500 rpm, o que se apresenta como um bom coadjuvante para qualquer tipo de ritmo, em utilização com caixa maual de cinco velocidades. Tem um consumo médio de 5,3 l/100 km. No topo das opções a gasolina surge o 1.2 Turbo de 130 CV associado a caixa de seis velocidades, com um consumo médio de 5,0 l/100 km.
Ao volante, nos cerca de 200 quilómetros por estradas italianas, foi possível perceber um bom acerto de suspensão deste Crossland X (mesmo que algo firme), com movimentos de carroçaria bem controlados.
Equipamento em força
Com este modelo, a Opel aposta igualmente numa oferta variada de tecnologia integrada e de sistemas de assistência, com relevo para os sistemas de informação e entretenimento Radio R 4.0 IntelliLink e Navi 5.0 IntelliLink, ambos compatíveis com Apple CarPlay e Android, Bluetooth e entradas USB e, no caso da unidade mais avançada, disponível com sistema de navegação.
A este respeito, as tecnologias Opel OnStar voltam a surgir em destaque. O ‘hotspot’ Wi-Fi, integrado é de série em todos os Crossland X. À longa lista de serviços já conhecidos – que inclui resposta automática em caso de acidente, contacto com um operador de “carne e osso” através de ligação por voz ao centro de operações, localização do veículo, diagnósticos mensais do estado de funcionamento do veículo e operação remota do fecho centralizado, entre muitas outras – o OnStar acrescenta novas funcionalidades como a marcação de hotel ou a procura de parques de estacionamento2, mediante o contacto com um operador.
Por outro lado, a câmara dianteira ‘Opel Eye’ recolhe e processa múltiplos dados que servem de base para vários sistemas de apoio à condução, como o reconhecimento de sinais de limitação de velocidade e a manutenção de faixa de rodagem. O programador de velocidade com limitador é outro sistema que torna a condução mais simples, nomeadamente em troços citadinos onde a limitação de velocidade é muito estrita, como em zonas densamente habitadas. O alerta de colisão iminente – capaz de detetar peões – tem travagem de emergência automática. Este dispositivo está conjugado com um sistema de deteção de cansaço do condutor através do tipo de condução adotado e é capaz de emitir sinais de aviso.
Disponível para encomenda desde o passado mês de abril, o novo Crossland X chega aos concessionários em junho.
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