Portugal Mobi Summit 2019: Brisa e CEIIA apostam na transformação rumo à mobilidade sustentada

08/03/2019

Franco Caruso e João Carlos Mateus na apresentação do Portugal Mobi Summit 2019, em Cascais. ( Gustavo Bom / Global Imagens )
A mobilidade no futuro será necessariamente diferente. Esta convicção é partilhada por construtores automóveis e entidades da indústria que até aqui tinham atuações distintas ao nível dos transportes. O Portugal Mobi Summit 2019 vai ser o instigador para discutir essas mudanças e a transformação conectada e eletrificada da mobilidade.

Um bom exemplo deste último ponto é o da transformação da Brisa numa empresa que apresenta hoje uma diversidade de serviços em redor da mobilidade, procurando oferecer soluções à medida de cada um que vão além da simples passagem em portagens de forma tecnologicamente avançada.

“O tema da mobilidade e dos transportes é um tema central na perspetiva de construção de uma nova economia mais limpa, mais eficiente e inclusiva. Quando falamos do tema das alterações climáticas, percebemos que é um tema central, até por causa das alterações climáticas. E, se o setor dos transportes não é o único com responsabilidades neste campo, é, pelo menos, aquele em que será mais fácil implementar mudanças”, afirmou Franco Caruso, diretor de sustentabilidade da Brisa, na apresentação da edição de 2019 do Portugal Mobi Summit, que ontem teve lugar na Nova SBE de Carcavelos.

“A nossa presença e associação a esta conferência é um suporte àquilo que nos parece um fórum importante de troca de ideias e de partilha de evidências de que é possível transformar o setor da mobilidade e de que pode ser uma alavanca para a economia. Aliás, se pensarmos bem, nós gostamos de dizer que a primeira mobilidade conectada foi aqui em Portugal, nascida em 1981, e chama-se Via Verde. Agora, pensamos numa forma mais aberta e estamos a implementar um ecossistema de mobilidade, como o estacionamento dentro das cidades e edifícios numa aplicação que tem 200 mil registos em utilização”.

Abordando o tema da conectividade, este responsável da Brisa lembra que a aplicação para os serviços Via Verde, que em dezembro superou o milhão de downloads, permite uma série de soluções para diferentes necessidades.

“Temos uma solução de carpooling, o Via Verde Boleias, para partilha de veículos, uma de carsharing em Lisboa e que futuramente estará noutra cidade que é o Drive Now, um planeador de viagens na área metropolitana da Lisboa e também no Porto, a Via Verde Planner… Ou seja, uma série de serviços que se vão complementando, mas que dependem de soluções colaborativas e que, por isso mesmo, tem um avanço mais lento do que desejaríamos”.

Justificou, por isso, que uma mais-valia da Mobi Summit é a “partilha de ideias e a possibilidade de avançar para novos métodos rumo a uma oferta integrada de serviços de mobilidade”.

Ideia semelhante tem o CEIIA, centro de engenharia avançado que também está, em 2019, associado ao Portugal Mobi Summit. João Carlos Mateus, membro da Direção Executiva do CEIIA, explicou que a sua adição ao leque de parceiros deste evento organizado pela Global Media Group serve “para mostrar o que fazemos em Portugal, mas também para contribuir para que este evento tenha ainda mais sucesso, não só nacional, mas também internacional. Que sirva também para perceber um pouco de história de Portugal para trás no âmbito da tecnologia e da evolução. Por exemplo, em 2008 foi pioneiro na mobilidade elétrica e na instalação de uma rede de carregadores”.

Mas, sobretudo, destacou ainda, para dar a conhecer uma inovadora plataforma de créditos ligados a uma vida sustentável, a Ayrcredits, com “base numa tecnologia em ‘blockchain’ [NDR: dados partilhados de forma segura por computadores e não por uma única entidade], que permite quantificar a poupança de CO2. Quem usar esta aplicação consegue acumular créditos numa carteira que pode depois ser compensado em serviços. Ou seja, créditos para utilização sustentável”.

“Somos uma entidade que está entre as dez que mais investe em tecnologia em Portugal. Promovemos uma integração entre tecnologias do chão ao céu, com a temática aeronáutica, exemplificada pelo nosso projeto Flow.me, o carro drone. Estamos presentes desde as smart cities à gestão de dados, além das tecnologias disruptivas e é importante que exista uma parceria para fazer avançar a tecnologia”.