A tecnologia é a solução para tornar as cidades mais inteligentes. Responsáveis das cidades de Cascais e de Bergen, na Noruega, explicam como estão estas a tornar-se mais sustentáveis e partilhadas, e a Via Verde e o CEiA revelam os seus projetos de mobilidade
Nos tempos atuais, as “cidades terão de ser, cada vez mais, inteligentes e não estúpidas”. Este foi o mote do debate desta manhã, no Portugal Mobi Summit, dedicado ao tema “Mobilidade e as Smart Cities do Futuro. Com moderação de Rosália Amorim, diretora do Dinheiro Vivo e publisher do Motor 24, o painel começou com Eva Britt Isager, diretora do departamento de Ambiente em Bergen, na Noruega, a explicar o funcionamento dos três laboratórios de inovação existentes na cidade, atualmente, de modo a desenvolver projetos com vista a torná-la mais sustentável e partilhada. Segundo a responsável, os projetos envolvem tanto empresas estatais como privadas. “Se as ideias forem boas, acolhemo-las e trabalhamo-las”, adianta.
Uma das cidades que tem servido de exemplo para Eva Britt Isager e o seu projeto na cidade norueguesa é Cascais. Marco Espinheira, diretor do Futuro da Câmara Municipal de Cascais, por sua vez, acredita que “as cidades sempre foram inteligentes”, mas que a “coordenação se tornou complicada com o seu exponencial crescimento”. Na sua opinião, porém, “a tecnologia veio trazer soluções”. Em Cascais foi criado um cluster onde são reunidas as quatro principais áreas a trabalhar: “tecnologia, pessoas, presente e futuro”, refere. Com esta base de trabalho, é desenvolver soluções conectadas para cada uma das áreas.
Catarina Selada, diretora do City Lab do CEiA, defende que o seu grande foco do laboratório está precisamente em tornar as “cidades mais inteligentes e descarbonizadas”. E propõe um sistema que inverte as regras do jogo. “Trata-se de um conceito disruptivo. Em vez de se pagar por emitir CO2, com esta aplicação que estamos a desenvolver, recompensa-se antes quem não as emite”, explica. E acrescenta. “Na área da mobilidade precisamos de uma mudança de comportamentos. Neste projeto, estamos a trabalhar com cidades portuguesas, como Cascais e Matosinhos, e com outras internacionais”, revela.
Já João Azevedo Coutinho recorda que a Via Verde, que preside, criada há 25 anos, foi, na verdade, “a primeira startup,” portuguesa. Mais. “A conectividade dos automóveis começou com esta comunicação entre eles e a infraestrutura”, reforça. De acordo com o mesmo responsável, o objetivo é alargar esta tecnologia a várias formas de mobilidade e estar o “mais próximos possível dos utilizadores. “Desde o estacionamento em Lisboa, já em curso, às travessias do Tejo, entre muitas outras vias”.
Para o futuro dos transportes está já em desenvolvimento, nos transportes de Cascais, uma solução que prevê o reconhecimento facial, que dispensa qualquer tipo de cartão. Tudo com recurso a uma aplicação digital.