Portugal vai ter grupo de trabalho para a condução autónoma
08/03/2019
Nível 1: É naturalmente o mais ‘primário’ e é possível encontrar-se já em muitos modelos. Falamos de sistemas de assistência à condução, como, por exemplo, o cruise control adaptativo (o sistema permite ao condutor regular a velocidade e a distância a que quer seguir face ao veículo da frente. Caso não haja qualquer veículo à frente, funciona como o cruise control convencional). Mais que aquilo que oferece, a importância está no facto de marcar o princípio daquilo que se espera vir a ser o futuro, com uma ajuda, ainda que mínima, ao condutor.
Nível 2: Constitui o primeiro e definitivo passo para a condução autónoma. O veículo já permite ao condutor retirar as mãos do volante durante breves momentos, manter-se na faixa de rodagem, ou realizar manobras como estacionar. Um bom exemplo disso é o controlo de estacionamento à distância da BMW, que permite estacionar o veículo estando fora dele, através da utilização da chave com ecrã. Neste nível as câmaras e radares do automóvel monitorizam o meio envolvente para a realização das ações autónomas por parte deste.
Nível 3: O veículo assume maior maturidade no capítulo da autonomia. Aqui o condutor já é capaz de se alhear da estrada e realizar outras tarefas, com o carro a seguir ‘sozinho’, podendo mudar de faixa, acelerar ou travar, sendo que o condutor poderá ser chamado a intervir a qualquer momento. Por exemplo, a Audi anuncia que o A8, que será apresentado no próximo mês, irá incorporar o nível 3 da condução autónoma, que irá funcionar abaixo dos 60 km/h e irá permitir ações como a de ler o jornal ou responder a e-mails enquanto o A8 se conduz sozinho. Este nível requer a utilização de sensores altamente avançados, como scanners laser, sensores ultra-sónicos e sistemas de radares que fazem uma leitura de 360º de tudo o que se passa em torno do veículo.
Nível 4: Apesar de não ser o último nível, é aquele em que o carro já terá total autonomia, a um ponto em que já irá permitir ao condutor, por exemplo, dormir descansadamente enquanto o automóvel o leva ao destino. Porém, o condutor deve estar habilitado para conduzir, podendo assumir a condução em partes específicas do traçado, se necessário. Neste nível os sensores e câmaras fornecem uma informação ainda mais precisa, com uma leitura dos dados em tempo real da área em que se encontra o veículo.
Nível 5: A diferença para o nível anterior é que o condutor deixa de ‘existir’, com o veículo a assumir total autonomia em todas as situações e passando a ser um transporte de passageiros. O ser humano deixa de precisar de estar habilitado a conduzir. É o futuro.
Com a indústria automóvel a atravessar uma alteração profunda a todos os níveis, uma das que tem sido mais falada é a da progressão para a condução autónoma, com muitos dos construtores a avançarem com planos para a instalação dessa tecnologia nos carros vindouros.
Tendo em conta este avanço inexorável, José Gomes Mendes, secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade do Governo, adiantou em declarações proferidas na conferência de apresentação do Portugal Mobi Summit 2019, em Cascais, que esta área terá um grupo de trabalho dedicado para se procederem a avanços em solo nacional com o intuito de manter Portugal na linha da frente das novas tendências.
Assim, explicou, será criado um “grupo de trabalho para estudar alterações regulatórias e legais para ter, numa primeira fase, testes de condução autónoma em Portugal e, numa segunda fase, quais as barreiras a levantar para ter condução autónoma no quotidiano”. As primeiras propostas levantadas por esse grupo de trabalho deverão estar criadas até ao verão deste ano para se “ter um primeiro plano para ensaio de veículos autónomos”.
Recorde-se que a autoestrada A9/CREL – Circular Regional Externa de Lisboa já foi palco de um ensaio deste tipo de veículos, ao abrigo de uma parceria entre a Brisa e o Instituto Pedro Nunes, no âmbito do projeto europeu AUTOC-ITS.
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