Uma das grandes preocupações dos interessados na condução autónoma prende-se com a segurança dos veículos e com a possibilidade de serem ‘pirateados’ por terceiros. Para fazer face a essa eventualidade, a Harman apresentou na Feira de Eletrónica (CES) de Las Vegas uma tecnologia que aumenta a segurança dos autónomos, graças a um novo software especialmente concebido que blinda o veículo de eventuais ataques cibernéticos.

De acordo com a companhia, que realizou mesmo uma demonstração em tempo real, este software pode ser implementado mesmo em veículos anteriores, sem necessidade de instalar mais componentes. A Harman tem vindo a trabalhar em soluções que procuram oferecer camadas de proteção no sistema eletrónico do veículo, impedindo o controlo remoto a partir do sistema de infoentretenimento, por exemplo, algo que é um receio já referido por muitos dos céticos na condução autónoma.

Contudo, este não é meramente um caso de condução autónoma, já que com a cada vez maior preponderância da tecnologia e sistemas do género nos veículos, a possibilidade de se assistir a um cenário de pirataria automóvel ganha alguma força, conforme explica o diretor de negócio e maketing para a área automóvel da Harman, Asaf Atzmon.

“Há alguns anos, o conceito de cibersegurança automóvel estava largamente confinado aos peritos da indústria. Agora é um tópico pelo qual os consumidores fazem perguntas”, explica, assegurando-se assim que, com este novo sistema, a tecnologia integrada no veículo pode ativar um modo ‘hacker’ e defender-se da tentativa de ataque por parte de uma entidade externa que queira controlar remotamente o veículo.

Como uma cebola

Ou seja, a Harman desenvolveu um sistema de camadas de proteção 5+1 que protegem a unidade central de controlo do veículo de ataques cibernéticos e impedem que a eletrónica seja um portal de acesso aos comandos vitais do veículo. A companhia compara o seu sistema a uma cebola, especificando que todos os elementos atuam como uma camada de proteção.

Num nível mais profundo, a plataforma de hardware providencia o armazenamento seguro de informações fundamentais e dados encriptados, ao passo que as funções de segurança críticas estão isoladas do sistema de infoentretenimento graças a um conceito inspirado no dos supercomputadores e que é conhecido por ‘hipervisor’. Este permite que dois sistemas operativos completamente diferentes atuem simultaneamente num mesmo hardware.

No nível seguinte, os comandos de acesso à memória, armazenamento e periféricos está resguardado por uma outra camada, que determina quem tem acesso a esses elementos. Por exemplo, se o leitor de CD quiser controlar os travões, é sinal de que algo está errado.

Outras camadas são de ‘caixa de areia’, em que as novas aplicações descarregadas para o veículo são colocadas numa área diferente da do núcleo para que possam ser desativadas e apagadas caso se revelem nocivas, mas também é digna de registo a proteção de rede, que controla o fluxo de informação para dentro e para fora do veículo, analisando possíveis sinais de intrusão.

O item ‘+1’ da panóplia de segurança da Harman diz respeito a uma funcionalidade de atualização de parâmetros de segurança através de downloads wireless, algo como um antivírus atual.