Normalmente, a Terra desloca-se a uma velocidade média de 107.280km/h. Mas quando atinge o periélio, cuja origem vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol), que é o ponto da órbita de um corpo celeste mais próximo do Sol, atinge a maior velocidade de translação de toda a sua órbita.
Para pormos em perspetiva, em terra ou no ar, a barreira do som é ultrapassada a partir dos 1.200 km/h. O disparo de uma bala de espingarda de combate pode atingir 2.800 km/h, a velocidade de cruzeiro do avião comercial Airbus A320 é 850 km/h. Tanto o Falcon Heavy da SpaceX, como o SLS da Boeing serão capazes de chegar aos 58.000 km/h durante a descolagem, mas ainda assim, muito longe da velocidade a que o nosso Planeta se desloca no espaço.
Quando a Terra se encontra no periélio a uma distância de cerca de 147 milhões de quilómetros do Sol, tal como aconteceu na passada quarta-feira, atinge uma velocidade máxima de 110.700km/h.
A razão desta velocidade alucinante deve-se à sua órbita elíptica. O nosso planeta tem um caminho oval no qual o Sol não está exatamente no centro. Foi pela mão do matemático Johannes Kepler, que, graças às notas de um dos seus professores, o astrónomo dinamarquês Tycho Brahe, reparou na órbita elíptica da Terra.
No entanto, o matemático foi mais longe e na segunda lei de Kepler declarou que “a linha que une um dos planetas ao sol varre áreas iguais em tempos iguais”. Esta explicação é importante para se perceber como a velocidade de um planeta varia em diferentes pontos da sua órbita e como a sua velocidade aumenta quanto mais próximo está da estrela.
