O Mundial de Fórmula 1 prepara o seu regresso ao ativo já neste fim de semana, ainda com muitas dúvidas no calendário devido à pandemia de Covid-19, que adiou o início do campeonato desde o mês de março até agora. A primeira ronda dupla de corridas terá lugar no circuito austríaco de Zeltweg, na Áustria, sendo até agora apenas conhecida a lista de corridas em solo europeu. Apesar do interregno nas corridas, o que parece certo é que os Mercedes-AMG e Lewis Hamilton permanecem como favoritos.

Após meses de inatividade, nos quais muitos dos pilotos preencheram o seu tempo com atividades paralelas, desde o parkour de Daniel Ricciardo às corridas virtuais de Charles Leclerc, Lando Norris e George Russell, entre outros, a Fórmula 1 regressa aos circuitos com regras muito estritas para reduzir as possibilidades de infeções pelo novo coronavírus.

O calendário original foi completamente refeito e, das provas inicialmente previstas, apenas estão confirmadas as corridas na Áustria, Espanha, Hungria, Reino Unido, Bélgica e Itália, nalguns casos com fins de semana consecutivos de corridas no mesmo circuito, como serão os casos na Áustria e no Reino Unido. Outros circuitos poder-se-ão juntar ao calendário, como os de Imola (São Marino), Hockenheim (Alemanha) ou, até, Portimão, em Portugal, estando ainda em negociações com os promotores dos eventos.

Garantido está o arranque da temporada no circuito de Spielberg, propriedade da Red Bull, numa combinação de longas retas com curvas velozes que tradicionalmente oferecem bons espetáculos.

Foto: Pirelli/Charles Coates / LAT Images

Atendendo ao ritmo de pré-temporada, naqueles que são agora os longínquos testes de Barcelona, em fevereiro, a Mercedes-AMG deverá ser a força a bater, embora as características do circuito também assentem bem aos Red Bull. Mas, a tónica e a forma como a equipa alemã preparou o campeonato nos ensaios do defeso mostraram uma vez mais uma enorme competitividade, com o campeão Lewis Hamilton a ter este ano a possibilidade de igualar o lendário Michael Schumacher em número de títulos (sete) e de superá-lo nos triunfos (91). A seu lado, disposto a vender cara a derrota, estará Valtteri Bottas, piloto finlandês que volta a merecer a confiança da Mercedes-AMG depois de uma época com alguns altos e muitos baixos.

A Red Bull parece ser a segunda força do pelotão, mostrando rapidez e consistência agora que a Honda ‘acertou’ na fórmula certa para os seus motores. Com o promissor Max Verstappen ao volante e o ainda jovem Alex Albon aos comandos, a equipa liderada por Christian Horner assumir-se-á como a rival mais forte para os Mercedes, atendendo a que a Ferrari parece não estar na mesma posição de destaque.

Os primeiros ensaios de Barcelona deixaram a equipa italiana algo desalentada com a rapidez do seu SF1000 (em honra da 1000ª corrida da sua história), com os principais responsáveis a nivelarem por baixo as suas expectativas. Tanto que uma versão ‘B’ do carro será apresentada na Hungria, naquela que será uma esperança para os pilotos Sebastian Vettel e Charles Leclerc lutarem pelos triunfos e pelo campeonato. Sobretudo, no caso do alemão, que já anunciou a sua saída da Ferrari no final da temporada de 2020.

A Racing Point, com um conceito muito semelhante aos Mercedes, poderá surpreender e ser a quarta melhor, numa abordagem que revelou mesmo alguma polémica, pois algumas das equipas rivais apontaram que o monolugar da equipa é quase uma cópia do Mercedes. Os seus pilotos serão Sergio Perez e Lance Stroll. A Renault também poderá surpreender, com Daniel Ricciardo e Esteban Ocon, embora seja ainda uma incógnita naquele que será um ano importante para a marca francesa até pela questão do investimento feito na modalidade numa era complicada para a marca do losango em termos comerciais.

A McLaren também parece disposta a regressar aos lugares da frente, consumando uma subida de rendimento paulatina que se vem verificando desde 2018, confiando na fogosidade de Lando Norris e no talento de Carlos Sainz Jr para tentar regressar aos pódios. O espanhol, de resto, fará a sua última temporada com a McLaren, antes de rumar à Ferrari, onde irá tomar o lugar de Vettel.

Mais atrás, a Haas, a Scuderia AlphaTauri e a Alfa Romeo serão equipas a ter em conta, sendo também de observar com atenção a participação da Williams, formação que teve em 2019 a sua pior temporada de sempre e atravessa um delicado momento financeiro que a pandemia não ajudou. Aliás, a equipa entrou mesmo em processo de venda a potenciais interessados que apresentem propostas.

Calendário

1 – Formula 1 Rolex Grosser Preis von Osterreich – Áustria – Red Bull Ring 5 julho
2 – Formula 1 Pirelli Grosser Preis der Steiermark – Áustria – Red Bull Ring 12 julho
3 – Formula 1 Aramco Magyar Nagydij – Hungria – Hungaroring 19 julho
4 – Formula 1 Pirelli British Grand Prix – Grã-Bretanha – Silverstone 2 agosto
5 – Emirates Formula 1 70th Anniversary Grand Prix – Grã-Bretanha – Silverstone 9 agosto
6 – Formula 1 Aramco Gran Premio de Espana – Espanha – Barcelona 16 agosto
7 – Formula 1 Rolex Belgian Grand Prix – Bélgica – Spa 30 agosto
8 – Formula 1 Gran Premio Heineken d’Italia – Itália – Monza 6 setembro

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