CISET 4X4 Santiago da Guarda: Vitórias para estreantes e consagrados

10/05/2018

Depois da muito molhada e lamacenta prova de Coruche, o CISET 4×4 viajou no passado domingo dia 6 até à histórica localidade de Santiago da Guarda, no Município de Ansião, para o segundo evento da temporada num cenário que cruzou a história de Portugal com a modernidade das evoluídas maquinas desta competição.

A organização a cargo do Automóvel Clube do Centro em colaboração com o CAAS – Centro de Amizade e Animação Social, voltou a demonstrar pelo segundo ano consecutivo um empenho e dedicação acima da média, pois procurou não só melhorar face ao que já tinha feito em 2017, mas ainda adaptar-se à nova e mais exigente realidade do “Challenge Ibérico Super Extreme Trial 4×4” estar agora integrado no conjunto de competições oficiais disputadas sob alçada da FPAK.

O recinto, onde se prestou especial destaque à segurança de público e participantes, manteve as características da edição de 2017, com algumas adaptações e melhorias fruto das lições entretanto obtidas. A nível das pistas a diferença mais estava no setor perícia, mais ao jeito do trial puro e duro onde a habilidade de condução se sobrepunha á potência e capacidades da viatura. Já a especial de resistência, muito semelhante à de 2017 era desta vez pouco demolidora, concentrando a maior parte das dificuldades em dois obstáculos consecutivos.

CLASSE SUPER PROTO MAIS: VITÓRIA DE HORTICOLAS TEAM / CAFÉ SNACK BAR A CURVA

A classe maior do CISET foi a que mais participantes levou até Santiago da Guarda, com sete viaturas alinhadas para a partida. O equilíbrio de forças, nivelado por cima, não deixava enumerar favoritos, e foi preciso esperar pelo arranque da prova para perceber quem estaria um pouco melhor para tentar levar o troféu de vencedor para casa.

Na Perícia, a equipa que mais rapidamente transpôs todos os obstáculos e sem penalizações foi o Hortícolas Team / Café Snack Bar A Curva, do regressado Luís Jorge. Em segundo lugar ficaram os Madeirenses do ASH Team, equipa que no ano passado venceu esta prova. E em terceiro, também com uma passagem limpa de penalizações Vítor Matos do Team Base Branca 4×4.

O setor de resistência desta prova permitiu ás equipas somarem muitas voltas em pouco tempo, porém, uma zona com dois obstáculos algo diferentes um do outro concentrou as atenções do público e os esforços dos participantes fazendo inclusivamente como “vitimas” as duas equipas Madeirenses – O ASH Team e o Team Sem Stresses.

Na fase inicial da prova de resistência, o duelo pela vitória fez-se praticamente entre todos os participantes, mas depois as avarias foram pouco a pouco retirando pretendentes á lista de candidatos à vitória. Quem pareceu quase imune aos problemas foi Luís Jorge (Hortícolas Team / Café Snack Bar A Curva) e Pedro Barrento (Obrelix Team), que lutaram taco a taco até ao último metro e muito animaram a prova. Terminadas as duas horas de resistência, Luís Jorge somava 22 voltas e vencia com apenas mais uma volta que o seu adversário que se quedava assim pelo segundo posto. Com 17 voltas, Domingos Dinis da equipa TrampillaRegisto.com terminava em terceiro, obtendo um resultado particularmente merecido, pois mesmo com a suspensão do seu carro muito danificada e a rodar mais lento não abdicou da luta pelo melhor resultado possível.

No final do evento, sai de Santiago da Guarda como vencedor Luís Jorge, enquanto Pedro Barrento conquista o segundo posto e Domingos Dinis o terceiro.

CLASSE PROTO: NELSON LEITÃO EM ESTREIA

Há semelhança da classe Super Proto Mais, também no parque de viaturas da Classe Proto se tem notado uma evolução significativa e um esforço dos participantes em se adaptarem ás novas da FPAK. Novidade na lista de inscritos eram os nomes de Nelson Leitão da equipa Imoc Team / Tony e de David Arrais da equipa Transnobre.

Luís Matos do Team Base Branca 4×4 2 que se apresentou com o seu Proto renovado, viu as melhorias introduzidas a surtirem efeito logo no inicio do evento vencendo o setor de Perícia, com um tempo significativamente mais baixo que os demais e sem penalizar. Em segundo lugar, terminou Nelson Leitão deixando o aviso de que era um piloto a ter em conta para a vitória na prova. Terceiro na perícia foi Ângelo Tiago, que sem fazer um tempo recorde, ficava numa posição confortável para o arranque do setor seguinte.

Esta classe enfrentou uma pista de resistência muito semelhante à da classe Super Proto Mais, à qual quase todos os participantes deram mais de 20 voltas, numa corrida repleta de interesse e competição.

Recordista de voltas ao setor de resistência, mesmo considerando as outras classes, foi Nelson Leitão, deu 26 voltas ao traçado fruto do seu ritmo impressionante que lhe permitiu uma media por volta inferior a 5 minutos. Também Ângelo Tiago se mostrou muito competitivo, porém foi acumulando algum atraso, terminando com 23 voltas realizadas, menos três que o vencedor, mas garantindo o segundo lugar. Já a luta pelo terceiro posto teve dois intervenientes: Luís Matos e Guido Gomes, ambos terminaram com 20 voltas cumpridas, com vantagem a recair para Guido Gomes que foi o primeiro a cortar a meta.

No computo geral, venceu de forma clara o estreante Nelson Leitão, fruto de uma prestação quase irrepreensível. Ângelo Tiago ficou num merecido segundo lugar, enquanto Luís Matos terminou em terceiro, conseguindo superar Guido Gomes devido aos pontos ganhos no setor de perícia que lhe permitiram um somatório mais alto que o do seu adversário.

CLASSE PROMOÇÃO: TRIUNFO DE DIOGO LÚCIO

Também na classe Promoção, o setor de Perícia teve um impacto grande na classificação final, o que não deixa de ser curioso pois foi o mais “Trialeiro” dos últimos tempos.

Diogo Lúcio da Equipa Pelintras Team venceu o setor na frente de Luís Coimbra e de Emanuel Luz, segundo e terceiro respetivamente. Este último não iniciou sequer o setor e teve como penalização não somar qualquer ponto e arrancar em ultimo para a resistência.

Fora de combate ainda antes da resistência ficou Luís Coimbra da Equipa Leitões Mecânicos – ASF com problemas no seu carro.

A luta pela vitória no setor de resistência ficou assim entregue a Emanuel Luz – Team Repower e a Diogo Lúcio da equipa Pelintras Team. Apesar de problemas e um furo, Emanuel Luz consegui dar 11 voltas à pista e vencer, com o seu adversário a dar apenas 8 voltas e a terminar em segundo.

Porém, ao contrário do que habitualmente acontece, não foi o vencedor da resistência a ganhar a prova, mas sim o vencedor da perícia, pois os pontos angariados por Diogo Lúcio neste setor foram suficientes para no somatório final superar Emanuel Luz, garantindo assim o triunfo e relegando o seu adversário para segundo. Em terceiro, e mesmo com uma participação algo modesta, terminou Luís Coimbra.

CLASSE FUN / SENHORAS: LIGIA ROMÃO NÃO BAIXOU OS BRAÇOS

Ao contrário do que muitas vezes acontece, Lígia Romão não quis deixar de rodar tanto quanto possível mesmo não tendo presente mais nenhuma outra mulher contra quem batalhar.

A expressão popular de “Favas contadas” poder-se-ia aplicar, mas esta piloto está a fazer um trabalho muito interessante de aprendizagem e adaptação a uma modalidade tendencialmente masculina. A sua postura em prova e o seu desportivismo são notáveis, e poderá tornar-se rapidamente na piloto mais competitiva em trial em Portugal em pouco tempo.

Luis Pirralho, diretor desportivo do CISET 4×4 disse no final que: “A organização da prova está de parabéns. No ano passado surpreenderam e deixaram a fasquia muito alta, mas este ano não só igualaram o que tinham feito como melhoraram e procuram assimilar e integrar todas as novas regras que incorporamos na nossa competição com a entrada para a FPAK.

Em termos desportivos a prova correu bem, sem problemas e muito disputada em todas as classes. Penso que foi um bom espetáculo para o muito publico presente e uma prova muito interessante para os participantes.

Agora rumamos ao Norte, para Sanfins do Douro. Quero chamar a atenção dos participantes que tal como em 2017 a viagem ao norte terá reflexos na prova do Couço, sobretudo ao nível dos valores das inscrições que serão bonificadas para os que tiverem ido a Sanfins.

Falando do Couço, embora prever o futuro seja muito complicado, e tendo como precedente a edição histórica de 2017 com o maior evento do género alguma vez realizado em Portugal, tudo aponta para que essa prova venha a superar a do ano passado a todos os níveis.”

O CHALLENGE IBÉRICO SUPER EXTREME TRIAL 4X4 foi organizado pelo Clube Automóvel do Centro, em parceira com o CAAS – Centro de Amizade e Animação Social de Santiago da Guara, com o apoio da Freguesia de Santiago da Guarda, do Município de Ansião, da Auto-Consigo, da Matrax Lubricants, do Mini Preço, Transportes Armando Tomás Lda e da Eurocomponentes.

O CHALLENGE IBÉRICO SUPER EXTREME TRIAL 4X4 é promovido pela X-Adventure, sob a égide da FPAK, e conta com o apoio de: Euro 4×4 Parts, Tractomoz, Helder Tiago – Oficinas, Lubecar, Veicomer, Vulcanizadora Fragoso, Dediland, BF Automóveis, Father Motorsport , Todoterreno.pt, Rally-Raid Network, Skin Ovelha, TR4 Digital, Codigo 4×4, España 4×4, e Virtual Clube TT

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