Este ano inicia-se a nova fase da competição com a introdução dos carros da segunda geração que permitirão que os pilotos não troquem de carro a meio da prova, como acontecia até aqui, algo que dava arrepios aos mais puristas. Alejandro Agag, o chefe da Fórmula E está satisfeito com o desenvolvimento do campeonato e acredita que em breve poderá fazer sombra à F1:
“Acho que daqui por cinco anos eles [F1] vão começar a sentir a pressão “, disse Agag no podcast de Nico Rosberg, “Eu acho que daqui por 10 anos será muito difícil que eles não mudem para o eléctrico. Mas eles não podem [os direitos da competição eléctrica são de Agag durante 25 anos]. Mas eles sentirão a pressão para mudar para o eléctrico. Por essa altura os carros elétricos vão ser tão rápidos quanto os carros de combustão. Aí, qual é a razão para manter a uma tecnologia obsoleta? Acho que quando a indústria for eléctrica, a Fórmula E será o principal desporto motorizado do mundo”.
Agag tem razão neste ponto. Quando o mundo automóvel muda a uma velocidade cada vez maior, é difícil prever qual será o panorama daqui por 10 anos, mas em teoria tudo terá como base a tecnologia eléctrica, com motores mais eficientes. Aí a F1 terá de se colocar uma questão importante. Qual o seu futuro e o seu objectivo? A Fórmula E foi uma excelente jogada de antecipação e foi trabalhada de forma inteligente, com os frutos a começarem a serem colhidos agora e com tendência a crescer cada vez mais. Para já as performances dos Formula E em nada se comparam com os F1 mas quando chegar a altura em que inevitavelmente os eléctricos forem tão rápidos quanto os F1? O que acontecerá a um e outro campeonato? O endurance já se virou para o hidrogénio e vai fazer uma forte aposta nessa área, mas a F1 para já não encontrou sequer a fórmula certa para 2021. Talvez depois dessa data os responsáveis pelo grande circo tenham de se colocar a questão e tomar uma decisão.
