Bugatti EB110 GT: A máquina infernal que mudou as regras do jogo

17/09/2019

Quarenta anos depois da morte de Ettore Bugatti em 1947, a lendária marca foi adquirida por Romano Artioli, um homem de negócios italiano, com o intuito de a reviver na forma de um supercarro sem rival.

Artioli escolheu Modena para construir a moderna fábrica, a mesma cidade da Ferrari, Lamborghini e Maserati, uma vez que era onde o know-how para este tipo de automóveis se encontrava.

O primeiro EB110 de produção, assim chamado para assinalar os 110 anos do nascimento do fundador original, saiu das instalações em 1992.

Desenhado por Marcelo Gandini, embora com alterações introduzidas por Gianpaolo Benedini, e por Paolo Stanzani, co-criador do Lamborghini Miura e Countach, o EB110 era muito avançado para a época. Com um chassis em fibra de carbono, construído pela Aerspatiale, um motor V12 de 3.5 litros e uma caixa de seis velocidades, este Bugatti só com estas características já seria interessante. Mas o conceito foi levado ao extremo e foi dotado ainda de tracção integral, quatro turbo-compressores e cinco válvulas por cilindro.

Toda esta tecnologia era envolta numa carroçaria de dimensões muito compactas. A aderência, agilidade e o prazer de condução, sem ter em conta as condições atmosféricas, foram os factores primordiais na concepção deste modelo. O EB110 oferecia um comportamento acima de qualquer outro supercarro rival.

Esta versão, o GT, oferecia 550 cv de potência e atingia os 342 km/h de velocidade máxima, demorando menos de quatro segundos para chegar aos 100 km/h, eclipsando o Ferrari F40, na altura o automóvel italiano mais rápido. Obviamente, todas as atenções foram para as prestações e para o preço, que na altura se situava em 330.000€, mas o EB110 era também um produto excepcionalmente bem construído e dotado de um habitáculo espaçoso e muito bem equipado.

De salientar ainda dois dos recordes de velocidade obtidos pelo EB110. A 3 de Julho 1994, uma versão GT equipada com um sistema de alimentação a gás metano atingiu 344,7 km/h no Circuito de Nardo, melhorando o valor da versão de produção. Em Março de 1995 uma versão modificada do Super Sport atingiu 296,34 km/h sobre o gelo, na Finlândia.

Foram produzidos menos de 130 exemplares deste modelo, sendo 95 da versão GT. Entre os clientes importantes da marca encontrava-se Michael Schumacher, o conhecido piloto de Fórmula 1.

Este EB110 GT, com o chassis nº39054 e produzido em 1993, foi matriculado novo em Portugal e esteve sempre no nosso país. Foi especificado no tradicional azul Bugatti, apanágio da marca, e tem como equipamento opcional as jantes de sete raios que equipavam de serie a versão Super Sport do mesmo modelo.

Este e outros supercarros podem ser vistos na exposição temporária “Supercarros”, patente no Museu do Caramulo.

Veja a galeria em baixo com algumas das melhores imagens do Bugatti EB110 GT.

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