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“Janita” Vilar, piloto de automóveis e avô de Salvador Sobral

João Andrade Vilar conduziu um dos novos Giulietta Sprint Veloce em Monsanto, 1957
O Giulietta Sprint Veloce dominou a categoria dos pequenos GT durante vários anos
Desenhado por Bertone, o Giulietta Sprint é um dos mais belos desportivos dos anos 50
Em Monsanto, 1959, Andrade Vilar dominou a corrida de carros de Turismo, com um Giulietta Berlina
A versão de quatro portas do Giulietta também entrou em diversas provas
Tinha uma vertente mais familiar
O seu motor de 1,3 litros conferia-lhe prestações de um desportivo
Andrade Vilar regressou às corridas com o Porsche 911 R do amigo Manuel Nogueira Pinto
Aqui, na Granja do Marquês, em 1968
Na entrega de prémios do Circuito da Granja do Marquês, em 1968
O Porsche 911 R era um verdadeiro automóvel de competição
O seu motor de dois litros e dupla ignição debitava mais de 200 cavalos
É um dos modelos mais raros do 911, com apenas 20 unidades produzidas
Em 1969, “Janita” Vilar partilhou o Porsche Carrera 6 com Nogueira Pinto
Imagem do acidente em Luanda
O Porsche Carrera 6 ou 906, era um protótipo de competição, com carroçaria em fibra
Luísa Sobral, neta de João Andrade Vilar, actuou na apresentação nacional do VW Up.
Andrade Vilar era admirado pela comunidade desportiva da época e o seu prematuro desaparecimento foi muito sentido

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O avô materno de Salvador Sobral, notabilizou-se como piloto de automóveis na segunda metade dos anos 50 e 60.

João Luís Posser de Andrade Vilar, “Janita para os amigos, nasceu em Lisboa, a 30 de Julho de 1931 e morreu a 13 de Março de 1970, algumas semanas depois de um brutal acidente no Circuito da Palanca Negra, em Luanda, a 21 de Dezembro de 1969.

Entre estas datas, Andrade Vilar alcançou muitos feitos, enquanto homem e piloto. Era uma figura querida no ambiente das corridas dos anos 50 e 60, em Portugal. A sua carreira esteve bastante dependente de apoios e outras vicissitudes bem conhecidas pelos pilotos de todas as épocas.

Os primeiros resultados de relevo foram obtidos com os Alfa Romeo Giulietta Sprint Veloce (Monsanto, 1957) e Giulietta Berlina Ti, de 1957 a 1959. Destaca-se a vitória na corrida de carros de turismo do Circuito de Monsanto, em 1959.

Anteriormente tinha realizado algumas provas de rali e circuito em DKW. Entre dezembro de 1959 e junho de 1966, manteve-se afastado da competição, dedicado à sua atividade profissional, no comércio de automóveis, com a Mocar e também à família.

Mas, em 1966, “Janita” Vilar regressou. Foi no II Circuito Lordelo do Ouro, com um Matra Djet, dando início à segunda fase da sua carreira. No ano seguinte correu com um NSU TT e depois passou para os Porsche. Primeiro com o 911 R de “Mané” Nogueira Pinto, depois com o Carrera 6, com que correu em Jarama e também em Vila Real.

A sua última corrida foi em Angola, no Circuito da Palanca Negra (Luanda), a 21 de Dezembro de 1969. Como não se realizaram treinos cronometrados, a organização decidiu fazer alinhar os automóveis pelo seu número de inscrição. Esta situação fez com que diversos automóveis mais rápidos partissem das filas mais atrás, como foi o caso de Andrade Vilar, no rápido Porsche Carrera 6. Foi precisamente na partida, procurando ganhar lugares a vários automóveis mais lentos, que Vilar bateu em vários espectadores que se encontravam de pé na pista. Para além de um número indeterminado de feridos, houve três vítimas mortais em consequência do acidente, sendo uma delas Janita Vilar. Sobreviveu ao acidente, foi operado de urgência em Luanda, tendo sendo depois transferido para Lisboa. Viria todavia a sucumbir às complicações dos seus ferimentos, morrendo no dia 13 de Março de 1970.

Deixou viúva Luísa Maria de Melo Breyner Freire Cabral e vários filhos menores, entre os quais, Bernardo Vilar, motociclista com várias participações no Rally Raid Paris-Dakar, e Luísa Maria Cabral Posser Vilar, mãe dos músicos Luisa Sobral e de Salvador Sobral.

Pouco se sabe sobre a relação de Luísa e Salvador Sobral com os automóveis. Em 2012, Luísa actuou na apresentação nacional do VW Up. Recentemente, no programa “Alta Definição”, o vencedor do Festival da Eurovisão admitiu que gosta muito do seu automóvel, mas não gosta de conduzir.

Os créditos das fotos históricas de João Andrade Vilar são das Edições Vintage.