Tudo isto porque vai a Inglaterra e conhece o jovem multimilionário, também americano, Hugh Powell. Lá descobrem um sportscar artesanal que prometia, mas a que faltavam alguns elementos, sendo um deles o motor… Settember, a conselho de Briggs Cunningham, falou com Lucky Casner (o fundador da Camoradi) que o meteu em contacto com a Maserati, que forneceu uma unidade de 2.000cc. Assim nascia o WRE, que Settember levou ao GP de Nápoles de 1959, ganhando à forte concorrência italiana. O futuro do carro a não teria grande avanço, pois entretanto a Maserati desenvolveu o Tipo 61, carro ainda mais competitivo que o seu “primo” inglês. Mas o mais importante desta aventura foi a ligação a Powell, que viria a financiar as seguintes aventuras de Settember. Tal não se resumiu somente às participações conjuntas nas provas americanas em 1961, mas, sobretudo, à constituição da Scuderia Scirocco, que seria sobretudo para o assalto à Europa. O Corvette da foto foi comprado por Powell e enviado para Europa, com o depósito de gasolina construído pela Maserati (sic), com Settember e John Turner a alinharem com ele nas 24 Horas de Le Mans de 1962.
Mas a jogada mais audaz desta “demarche” americana foi a entrada na F1, com o recurso a um Emeryson. Paul Emery tinha a fama de inovar em demasia na concepção dos seus carros o que juntando a um puto americano cheio de dinheiro, acabou dando azo a uma série de fricções. Nos entretantos, Tony Settember acabaria por se estrear no Mundial de F1 com um desses carros no GP da Grã-Bretanha de 1962, algo desconfortavelmente, pois era demasiado alto para ficar à vontade no carro…
Pedro Branco / Jornal dos Clássicos