Os automóveis mais estranhos de sempre

28/10/2019

A história da indústria automóvel está repleta de tentativas de inovação, estética e mecânica, que moldam os limites do possível. Os melhores exemplos são normalmente protótipos de salão, desenhados como objectos futuristas, libertos das leis governamentais e regulamentos de segurança. Aqui ficam alguns dos melhores exemplos, do que a indústria automóvel alguma vez fez.

Stout Scarab, de 1936

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Desenhado por William Stout – o engenheiro aeronáutico responsável pela integração de luxo e lazer em aviões – o Scarab era uma verdadeira sala de refeições sobre rodas, equipada com motor Ford V8 e uma alongada carroçaria de alumínio. Foram produzidas escassas dez unidades do modelo, em parte porque os $5000 pedidos (cerca de $90 000 actualmente) tornavam-no mais caro que os modelos de luxo da Packard e Cadillac.

Oeuf Electrique, de 1942

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O “Oeuf électrique”, ou Ovo Eléctrico em português, tinha três rodas e electricidade como combustível. O seu designer, o parisiense Paul Arzens, trabalhou como artista plástico e designer de locomotivas, antes de se virar para o mundo automóvel. A “bolha” era moldada em alumínio batido à mão e Plexiglass curvo, um material novo na época.

Norman Timbs Special Streamliner, de 1947

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Elegante e distinto como nenhum outro até então, o Norman Timbs Special Streamliner foi idealizado por Timbs, um engenheiro especializado na construção de Specials, para as corridas em Indianápolis. Tomando inspiração em modelos de Grande Prémio da década de 30, como o aerodinâmico Auto Union Type C, Timbs moldou uma carroçaria curvilinea e equipou o seu modelo com um potente motor Buick V8.

General Motors Firebird 1 XP-21, de 1953

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Percursor dos super-carros da actualidade, muitas vezes descritos como carros a jacto, o General Motors Firebird I XP-21, de 1953 era de facto um automóvel a jacto, com quatro rodas, uma cauda e um cockpit em forma de bolha. A turbina tinha uma velocidade máxima de 26 000 rotações, e era capaz de gerar 370 cavalos de potência.

Chrysler (Ghia) Streamline X “Gilda”, de 1955

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Baptizado “Gilda” em homenagem a um filme de de 1946 de Rita Hayworth, o Chrysler (Ghia) Streamline X, de 1955 esteve para ser equipado com uma turbina jacto. Porém, a firma Ghia acabou por optar por um (barato) motor de 1,5 litros. O design deste modelo antecedeu os carros turbina da Chrysler e as suas asas uma tendência da década 50.

Ferrari (Pininfarina) 512 S Modulo, de 1970

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Desenhado pela Pininfarinia para a Ferrari, o 512 S Modulo foi apresentado oficialmente ao público no Salão de Genebra de 1970. Utilizando o chassis de um Ferrari 512S de competição, o Modulo era um trabalho conceptual do designer Paolo Martin.

Lancia (Bertone) Stratos HF Zero, de 1970

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O Lancia (Bertone) Stratos HF Zero, de 1970 foi o concept que mais tarde deu origem ao Lancia Stratos. Medindo escassos 84 centímetros de altura, o modelo era tão baixo que o condutor tinha que entrar pelo pára-brisas.

Bugatti Type 57S Competition Coupe Aerolithe, de 1935

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O exemplar original do Bugatti Type 57S Compétition Coupé Aerolithe, apresentado ao público no Salão de Paris de 1935, mas pouco tempo depois do evento o automóvel único desapareceu. De acordo com a explicação popular, a Bugatti terá desmontado o concept de salão, aproveitando as peças para a produção do Type 57 de estrada. Actualmente existe uma réplica do Type 57S Competition Coupe Aerolithe, produzida em 2007 com base em especificações e fotografias da época.

Ford Speedster, de 1932

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O Ford Speedster, com motor “flathead” V8, vinha equipado com botão de ignição, décadas antes de esta ser uma opção em automóveis mais modernos. O roadster de linhas esguias e linha de cintura baixa foi idealizado por Edsel Ford, filho de Henry Ford, e o designer Eugene Gregorie.

Voisin C-25 Aerodyne, de 1934

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O designer Gabrielle Voisin começou por desenhar aviões, estreando-se na produção de automóveis após o final da Primeira Guerra Mundial. Do magnífico Voisin C-25 Aerodyne, de 1934, apenas 28 unidades foram produzidas, tendo uma delas ganho em 2011 o prémio Best in Show, no Pebble Beach Concours d’Elegance.

Tasco, de 1948

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O Tasco, de 1948, foi uma breve aventura da marca norte-americana “The American Sports Car Company”, sendo idealizado por Gordon Buehrig, anteriormente da Duesenberg. O designer inspirou-se nos aviões de guerra da Segunda Guerra Mundial, distinguindo-se pelo uso de coberturas em fibra de vidro das rodas da frente, que se moviam com estas.

GM LaSabre, de 1951

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O GM LaSabre, de 1951, foi o primeiro automóvel a vir equipado com asas tipo barbatana e um pára-brisas envolvente. Elementos de design que se tornariam habituais nos modelos norte-americanos posteriores. O LaSabre vinha equipado com um detector de humidade, que elevava a capota automaticamente em caso de chuva.

Chrysler Thunderbolt, de 1941

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As curves do Chrysler Thunderbolt, de 1941, foram inspiradas nos comboios aerodinâmicos da época. O automóvel norte-americano foi dos primeiros a vir equipado com vidros automáticos, accionados por motores hidráulicos, enquanto que uma capota rígida removível e faróis dianteiros escamoteáveis eram características de design inovadoras para a época. Foi um dos derradeiros concepts Art Deco.

Buick Centurion, de 1956

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O Centurion da Buick tinha como principal factor de distinção uma câmara de marcha-atrás, anos antes de este ser um opcional. O avanço tecnológico do modelo era enfatizado pelo uso de um tejadilho tipo bolha – a fazer lembrar os automóveis utilizados pelos famosos Jetson – e um cockpit tipo avião.

Cadillac Cyclone, de 1959

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Percursor dos modernos automóveis ditos inteligentes, o Cadillac Cyclone vinha equipado com dois radares – localizados no sítio onde normalmente seriam aplicados os faróis dianteiros – que comandavam o sistema anti-colisão, um primo afastado dos actuais cruise control adaptativos. Quando o Cyclone sentia a aproximação a um objecto, começava por avisar o condutor do obstáculo através de uma série de luzes e apitos, e em derradeira instância, accionava ele próprio os travões.