Ruf CTR, o “pássaro amarelo” que encantou o “Inferno Verde”

18/04/2022

A Ruf pode parecer mais uma preparadora de automóveis Porsche, mas na realidade é uma fabricante de automóveis, com número de chassis próprios, utilizando modelos da Porsche como base aproveitando apenas os seus chassis. Além disso, também desenvolve peças de alta performance e restaura clássicos Porsche.

A história da empresa remonta a 1939, quando Alois Ruf fundou a Auto Ruf, uma oficina de reparação de automóveis tendo, em 1949, juntado uma bomba de gasolina. No final dos anos 40, Alois começou a desenvolver as suas peças e, em 1955, desenhou e construiu um autocarro de turismo. O seu filho, de nome Alois Ruf Jr., tinha uma grande paixão por automóveis desportivos e começou a fazer trabalhos e restauro em automóveis Porsche, em 1960, na oficina do seu pai. Após o falecimento do seu pai, em 1974, ele tomou conta da empresa e seguiu o seu sonho, culminando no seu primeiro Porsche 911 alterado um ano após e, em 1977, começou a vender modelos alterados.

Um dos seus modelos mais conhecidos é o Ruf CTR, conhecido por “Yellowbird”, nome dado durante um teste da revista americana “Road and Track” ao protótipo do modelo. CTR significa Grupo C Turbo Ruf e foi lançado em 1987. Até 1996, altura em que cessou a produção do CTR, a Ruf produziu 29 unidades, além de alguns outros Porsche 911 de clientes alterados para as mesmas especificações.

Com base na primeira geração do 911, mais especificamente na versão Carrera 3.2 de 1987, devido ao seu baixo peso e melhor aerodinâmica, a carroçaria viu os seus painéis substituídos por uns mais leves, construídos em alumínio e para-choques construídos em poliuretano, reduzindo assim o peso em 200 quilos. O primeiro exemplar produzido, que era o protótipo de testes, tinha umas entradas de ar na traseira, que serviam para levar o ar para os intercoolers, são únicas deste exemplar. Os últimos modelos passam a contar com saídas de ar nos para-choques traseiros. As cavas das rodas traseiras são também mais largas, para acomodar as jantes Speedline de 17”. No interior é possível ver uma rollcage integral, que além de aumentar a segurança, aumenta também a rigidez do chassis, além de duas backets e um volante da Ruf.

O Ruf CTR está equipado com um motor boxer de seis cilindros, alargado dos 3,2 litros para os 3,4 litros de cilindrada, além da adição do sistema de injecção DME da Bosch utilizado no Porsche 962, dois turbos e dois intercoolers, debitando assim uma potência de 469cv às 5950rpm e 553Nm de binário às 5100rpm. O valor da potência é dito que este foi o menor valor medido em banco de potência de todos os motores, sendo que a média de potências ronda os 500cv.

O bocal de enchimento de óleo foi recolocado para a lateral do automóvel, algo que a Porsche fez apenas nos modelos de 1972, devido à necessidade de o reservatório de óleo ir mais para a frente, para haver espaço para serem montados os intercoolers. Acoplado ao motor está uma caixa de cinco velocidades manual, construída especificamente para este automóvel e desenhada pelo próprio Alois Ruf.

A suspensão e travagem também foram melhorados, para acompanhar o aumento da potência. O peso total do CTR é de 1150 quilos. Consegue atingir os 100km/h em 4,1 segundos e os 200km/h em 10,5 segundos. A velocidade máxima é de 342km/h, o que fez dele o automóvel de produção mais rápido da sua época.

O Ruf CTR Yellowbird ficou ainda conhecido pelo fantástico vídeo produzido pela própria Ruf e intitulado de “Faszination on the Nürburgring”, que mostra o protótipo a fazer uma volta na pista de Nurburgring, em 1989, com o piloto de testes Stefan Roser, com o automóvel a dar muito que fazer ao piloto.