Nos anos 90, a gama da BMW consistia somente no Série 3, Série 5, Série 7, Série 8 e o revolucionário X5, assim como o desportivo Z3, mas houve espaço para a construção de vários protótipos radicais que a marca apresentou ao longo da década. Muitos deles foram desenvolvidos sem o conhecimento de ninguém, somente como experiências, levadas a cabo pelo departamento BMW Technik. Este departamento foi fundado em 1985 para o desenvolvimento de automóveis à frente do seu tempo, como foi o caso do Z1. Seguem-se sete protótipos que são o exemplo do que a BMW e o departamento Technik foram capazes de fazer nos anos 90.
BMW Z1 Coupé (1991)
O BMW Z1, tal como dito na introdução, foi um automóvel desenvolvido para testar certas funcionalidades e que, por sorte, acabou por ser produzido. Não é de estranhar que o departamento Technik tenha idealizado outras formas para o Z1, como é o caso deste coupé ou Shooting Brake, que mistura também um pouco de todo-o-terreno. Umas das coisas que tinha em comum com o Z1 de produção, eram as suas fantásticas portas, que recolhiam para a zona inferior do automóvel. Ainda assim, este modelo não chegou a ser tão desenvolvido, não passando da fase inicial de protótipo, não sendo, por isso, um automóvel funcional. Pode-se dizer que foi daqui que a BMW se inspirou para o futuro Z3 Coupé.
BMW E1 Z11 (1991)
O BMW i3, lançado em 2013, é um automóvel que traça a sua origem com este protótipo, o E1 Z11 de 1991. Não foi a primeira experiência da BMW no campo dos veículos eléctricos, tendo produzido o BMW 2002 eléctrico para os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, mas foi com o E1 Z11 que o desenvolvimento se iniciou com maior afinco. O objectivo deste automóvel, que foi apresentado no Salão de Frankfurt de 1991, era a aprendizagem na construção de um automóvel eléctrico e a sua utilização no dia-a-dia. O protótipo é completamente funcional, equipado com uma bateria de sódio-enxofre posicionada na traseira que dá energia para o motor eléctrico de 43cv, tendo ainda 200 km de autonomia e uma velocidade máxima de 120 km/h. Para compensar o peso do sistema eléctrico, o E1 Z11 foi produzido em alumínio e plástico.
BMW Z13 (1993)
O BMW Z13 foi um protótipo que tinha como objectivo ser um automóvel compacto, seguro, confortável e divertido de conduzir, que se iria posicionar no segmento abaixo do Série 3. No interior, o condutor tem lugar no centro, tal como no McLaren F1, com a possibilidade de ter mais dois bancos, um de cada lado, para passageiros. Para locomover este automóvel, estava um motor de quatro cilindros, 1,1 litros de cilindrada e 82cv, retirado da mota BMW K1100, montado transversalmente em cima do eixo traseiro. Além disso, estava equipado com um sistema de navegação por satélite, telefone e um fax.
BMW E1 Z15 (1993)
BMW Z18 (1995)
Com o aumento da procura por motas de enduro, a BMW Technik desenvolveu algo diferente, que na época parecia completamente “fora da caixa”, mas que hoje até faria sentido. Com o nome Z18, este conjugava um veículo todo-o-terreno, com um automóvel desportivo descapotável, com uma carroçaria em plástico, assente num chassis em aço. O interior poderia ser configurado em dois ou quatro lugares, conforme as necessidades. Mas o melhor era o motor, já que foi equipado com um V8, modificado para desenvolver 355cv, potência essa enviada para as quatro rodas, através de uma caixa de cinco velocidades manuais. Apesar de só ter sido apresentado em 1995, segundo os arquivos da BMW, o protótipo foi construído em 1990.
BMW Just 4/2 Z21 (1995)
O Just 4/2 é mais um protótipo que conjuga duas funcionalidades num só veículo, apresentado ao público no Salão de Tokyo de 1995. Pode-se dizer que o Z21, como também era conhecido, era a versão do Lotus Seven desenvolvida pela BMW, com tudo reduzido ao mínimo, excepto o prazer de condução. O motor era o mesmo da K1100, aqui modificado para desenvolver 100cv, para um peso de apenas 544 kg.
BMW Z22 (1999)
Criado em 1999, o Z22 incluiu no seu desenvolvimento mais de 70 inovações técnicas. É um protótipo completamente funcional, construído para a BMW demonstrar toda a sua tecnologia, sendo um dos automóveis mais avançados produzidos pela BMW Technik, com funcionalidades só instaladas hoje nos automóveis comuns. Entre essas tecnologias novas, podemos encontrar travões e direcção by-wire, um head-up display onde era concentrada toda a informação vital, câmaras substituíram os espelhos retrovisores e os botões foram todos agrupados num ecrã táctil. Uma novidade retirada da ficção científica, é que o canhão de ignição foi substituído por um detetor de impressão digital. Para o peso não ser elevado, foi utilizado plástico reforçado com fibra de vidro para a sua construção, algo que encontramos no i3 e no i8. Para a locomoção, utilizava um motor de quatro cilindros em linha de 136cv, acoplado a uma caixa CVT.
