Carregamentos do Leaf causam polémica

04/07/2018

Vários clientes afirmam ter sido alvo de publicidade enganosa por parte da marca quando adquiriram as suas viaturas, ainda em 2017. Este Rapidgate da Nissan tem como questão principal o tempo de carga com múltiplas ligações à ficha no mesmo dia…

A Nissan está envolvida numa polémica no Reino Unido, noticiada pela BBC.com, devido ao tempo de carga da nova geração do Leaf. Este caso, que até já está a ser conhecido como Rapidegate da Nissan, tem como tema central as queixas dos clientes que adquiriram o automóvel em 2017, e que afirmam agora ter sido alvo de publicidade enganosa aquando da explicação sobre as capacidades da carga. Como o nome indica, o caso aborda especificamente o tempo de carga, que passa a ser mais lento em caso de múltiplas ligações à rede elétrica no mesmo dia.

Segundo explicam os clientes que se sentem defraudados pelo Rapidgate da Nissan, as informações que lhes foram prestadas antes da aquisição foi de que o tempo para obter 80% da bateria em carga rápida seria de 40 minutos. No entanto, verificam que ao efetuar mais quilómetros diariamente, necessitando uma terceira ida à tomada (após a carga noturna em casa e uma ida aos postos rápidos), o tempo que demoram para abastecer as baterias do Nissan Leaf se prolonga muito além do indicado oficialmente pela marca.

Esta situação é problemática para quem tenha de cumprir distâncias maiores diariamente. Como acontece com um dos condutores entrevistados pela BBC, John Weatherley, que conduz diariamente 480km. Ele refere que, apesar de adorar o seu Nissan Leaf, que notou que a segunda carga rápida demora entre duas horas e duas horas e meia. E diz mesmo que “se a Nissan tivesse dito desde início aquilo de que o carro era capaz, (…) não teria problemas. Eles dizem que pode carregar entre 40 e 60 minutos, portanto acreditei neles. Mas não é verdade. A publicidade é totalmente enganosa”.


Veja aqui o excelente comportamento do Nissan Leaf nos testes de segurança do EuroNcap


Este cliente diz ter reportado a situação à marca, que lhe respondeu afirmando que a carga rápida apenas está prevista por uma vez durante a viagem. Uma ideia que foi posteriormente corroborada à BBC pelo responsável de veículos elétricos da Nissan na Europa, Gareth Dunsmore. “A temperatura exterior, o tipo de condução efetuado previamente e o calor que é passado para a bateria com sucessivas cargas pode ter impacto no tempo [de carga]”.

Este executivo da Nissan deixou ainda a explicação adicional de que a bateria reduz a velocidade de carregamento nestas situações, de forma a prolongar a sua longevidade, e indica que “tornamos isso bem claro no manual dos proprietários”. Mas o problema, aparentemente, reside precisamente nesse ponto, pois os clientes criticam neste designado Rapidegate da Nissan o facto dessa informação não lhes ter sido fornecida antes da aquisição da viatura, pois nessa altura apenas dispunham de dados a indicar que a carga se efetuaria em 40 minutos.

Um condutor decidiu mesmo fazer um vídeo a mostrar os problemas que teve com o tempo de carregamento durante uma viagem

Alguns clientes vêm também criticar o facto da autonomia ser inferior ao que havia sido previamente anunciado, mas neste caso há que ter em atenção alguns dados. O primeiro tem a ver com o facto destas distâncias terem sido obtidas com recurso ao modelo de testes NEDC (por exemplo, nos Estados Unidos os valores de autonomia de todos os veículos elétricos são bem inferiores que na Europa), a que se juntam também outros fatores como o tipo de condução, estradas percorridas e a velocidade a que se consegue circular, dependendo da fluidez das vias.

Gareth Dunsmore mostrou, ainda assim, abertura por parte da marca para dialogar com os clientes que se dizem afetados pelo suposto Rapidegate da Nissan. “Venham falar connosco se existir alguma coisa com que não estejam contentes”. A verdade é que já terão existido alguns clientes a cancelar pedidos, mesmo tratando-se de um caso que apenas se verifica quando os condutores cumprem mais de 400km diariamente.

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Fonte: BBC.com e InsideEVS

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