Na última semana foi dado um importante passo para a igualdade de direitos das mulheres naquele que é um dos mais retrógrados países do mundo nessa área, a Arábia Saudita, com um conjunto de alterações legislativas que inclui a possibilidade das mulheres passarem a conduzir. Como seria de esperar, esta situação não passou despercebida aos principais fabricantes, já que ela potencia as vendas de automóveis neste importante mercado automóvel e vai até diversificar a procura.
Adventure awaits you. #SaudiWomenCanDrive pic.twitter.com/H1CZKenJEB— Land Rover MENA (@LandRoverMENA) September 27, 2017
Com os SUVS a dominarem as vendas, a líder Toyota (com quota de 32%) e a Hyundai (segunda mais vendida com 24% do total) devem brevemente alargar o inventário para ir de encontro à procura por mais automóveis especialmente habilitados para a condução citadina, pois espera-se que venha a ser o principal ambiente de condução para as mulheres sauditas. Os modelos mais pequenos, como os citadinos e utilitários, estão entre os modelos que devem sofrer o aumento da procura. Além disso, pela necessidade de transportarem os seus filhos, por exemplo para a escola, os analistas referem que as mulheres sauditas também devem focar-se em viaturas mais aptas para esta utilização, como é o caso dos MPV.
Além dos asiáticos que dominam as vendas, outras marcas preparam-se também para explorar este crescimento do mercado automóvel saudita, e os europeus também se preparam para “atacar” este sector do país do Médio Oriente. Os Grupos VW, BMW e Jaguar Land Rover estão na frente dessa ofensiva comercial, pretendendo lucrar com os potenciais nove milhões de novos clientes, e lançaram uma “ação de charme” através de anúncios específicos.
No caso da JLR surgiram vídeos de uma mala de senhora com um batom, um perfume e onde passa a estar presente a chave de carro, acompanhados das mensagens “A aventura espera por si” e “A estrada é sua”. A VW publicou um vídeo com a expressão “A minha vez” entre duas mãos com tatuagens Hena (habituais neste país) e os bávaros optaram por um Mini Cooper a sair de um estacionamento que diz “Reservado para mulheres”. Referência ainda para os americanos da Ford, que colocaram no Twitter a imagem dos olhos de uma mulher no retrovisor, acompanhados da inscrição “Bem-vinda ao lugar do condutor” e ainda ofereceram um automóvel a uma famosa ativista dos direitos das mulheres ao volante.
Welcome to the driver’s seat. #SaudiWomenMove #SaudiWomenCanDrive pic.twitter.com/oksRbFvLWa— Ford Middle East (@FordMiddleEast) September 27, 2017
Curiosamente, se os fabricantes automóveis esperam lucrar com esta abertura da monarquia saudita, existem outros que já se preparam para sofrer as consequências. É o caso, por exemplo, das empresas de car-sharing, que vão perder muitos clientes. Além disso, a Arábia Saudita deve também registar um êxodo de motoristas estrangeiros a trabalhar no país, pois com as mulheres a poderem guiar até ao seu destino deixam de precisar de um homem para essa tarefa.
Fonte: Automotive News