Família Peugeot abre a porta a fusão com a Fiat-Chrysler

19/03/2019

Maior acionista do Grupo PSA, a família Peugeot abriu a porta à possível integração no consórcio gaulês do Grupo Fiat-Chrysler Automobiles

Durante muitos anos o líder do Grupo FCA, Sergio Marchionne, foi deixando avisos sobre a necessidade de maior consolidação na indústria automóvel, abrindo a porta a fusões ou outro tipo de entendimentos com outras marcas. Agora, mesmo com o carismático gestor italiano já falecido, a sua visão poderá cumprir-se. Pelo menos, caso se confirmem os rumores sobre uma possível fusão entre a PSA (Peugeot -Citroën – DS – Opel) e a FCA (Fiat – Chrysler – Alfa Romeo – Jeep – Maserati – Lancia, etc).

A porta a esta possível fusão foi agora aberta pela família Peugeot, maior accionista da PSA, numa entrevista ao jornal gaulês Les Echoes. Dando como exemplo a Opel, cuja integração dentro do grupo tem sido um sucesso, Robert Peugeot diz que este caso poderá repetir-se. “Com eles [FCA], como com outros, os planetas podem estar alinhados”. E não deixa de ser curiosa a referência “como com outros”, já que outra das informações que anda a circular é sobre o interesse da PSA em adquirir à indiana TATA os britânicos da Jaguar Land Rover. Robert Peugeot afirmou ainda que “apoiámos o projeto da Opel desde o início. Se outra oportunidade surgir, não vamos ser um travão”.

Também da parte da FCA, aparentemente, esta oportunidade de negócio é vista com bons olhos. Isso mesmo foi confirmado pelo CEO do grupo italo-americano, Mike Manley, no Salão de Genebra. Durante o evento helvético, o líder da Fiat-Chrysler veio dizer que existe “grande abertura” ao estreitar de laços com outros fabricantes. “Seja em parcerias, joint-ventures ou níveis mais profundos de cooperação com participações acionistas, faz sentido para nós e para quem quer que seja”.

Caso este projeto venha a ter pernas para andar, isso criaria um dos maiores fabricantes mundiais. Afinal, juntando os 4,8 milhões de carros vendidos pela FCA em 2018 com os 3,9 milhões da PSA, isso permitiria ultrapassar os resultados da General Motors, fazendo do novo grupo o quarto maior a nível mundial. Além disso, ele iria permitir cumprir imediatamente o objetivo delineado por Carlos Tavares para a nova fase do plano estratégico da PSA, tornando-a efetivamente num fabricante à escala global.

Mas seria na Europa que se notaria com maior evidência o impacto desta fusão. Basta pensar que ficariam agregados os volumosos resultados de vendas da Peugeot, Citroën e Fiat, a que se juntariam os contributos de marcas como a Jeep (das que mais cresce a nível continental), Alfa Romeo ou Maserati. Além disso, dada a forte implantação da FCA no mercado norte-americano, isso seria uma excelente ajuda para o plano de regresso da Peugeot a este território.

Fonte: Autocar

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.