Guiámos e fomos guiados pelo carro autónomo da Renault

17/12/2017

Em 2023 os carros podem ser assim. A tecnologia, essa, pelo menos, está disponível.

No salão de Frankfurt deste ano a Renault desvendou o concept Symbioz, uma antevisão do carro de 2030. Agora, levou-nos até à autoestrada da Normandia, no noroeste da França, para guiarmos a versão de demonstração, que já anda, e faz isso mesmo: demonstra. O quê? Que consegue andar sozinho, libertando totalmente o condutor da estrada, ao ponto de lhe permitir aproveitar o tempo de viagem para outras atividades.

É, por enquanto, exemplar único, mas também uma antevisão do que poderá estar disponível no mercado em 2023 (os modelos dotados das funções autónomas de nível 4 «Mind off», se a legislação o permitir, estão previstos a partir de 2022).

Nas vias autorizadas (tipo autoestrada ou via rápida com duas faixas de rodagem e separador central), um veículo autónomo de nível 4 é capaz de gerir a distância que o separa do veículo da frente, manter-se na sua faixa de rodagem mesmo nas curvas, mudar de faixa (para efetuar uma ultrapassagem ou tomar uma via de saída, por exemplo) e avançar com segurança num engarrafamento.

Sensores, radares, câmaras, lasers, garantem que o Symbioz, com a ajuda do GPS e da comunicação constante com a infraestrutura, avalie o que se passa à sua volta, interprete as situações e tome as decisões corretas para nos levar ao destino com toda a segurança e precisão.

Segue a estrada, ultrapassa, muda de faixa consoante as necessidades, “lê” e reage corretamente aos piscas dos outros carros, atravessa portagens com todo o rigor… E durante este tempo o condutor pode ir a ver um filme, a navegar na internet, ou simplesmente recostado, a repousar.

Foi isso mesmo que verificámos, ao longo de um percurso de cerca de 15 quilómetros de auto-estrada. Por enquanto com um engenheiro ao nosso lado, com um joystick disponível para qualquer eventualidade.

Primeiro levámo-lo por estrada nacional, conduzindo-o à nossa “responsabilidade” (este é um tema a desenvolver no futuro), testando a enérgica disponibilidade dos dois motores eléctricos que lhe fornecem 500 kW de potência às rodas traseiras, com as quais estão solidários. No modo normal anda bem, no modo Dinâmico anda ainda mais e acelera de zero a 100 km/h em 6 segundos.

Um conjunto de três grandes ecrãs preenche toda a zona envolvente do volante e consola, onde podemos navegar como se de um PC se tratasse.

O Symbioz também no anuncia que o carro do futuro não é apenas um carro. É um elemento de transporte integrado com a nossa casa, com o nosso smartphone e com o nosso smartwatch, sendo ao mesmo tempo um prolongamento de todos eles. Uma espécie de sala de estar, que tanto pode ser carregado em casa como carregar a casa com electricidade, controlado por nós ou por si próprio, supervisionado através do telemóvel, lá dentro ou cá fora.

Porque a Renault também acredita que o carro de amanhã será assim: elétrico, conectado e autónomo. E já está a trabalhar nisso. A fundo.

António Amorim

 

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